sexta-feira, 23 de setembro de 2005

Assim vai Portugal!!

Por vezes, questiono os resultados daquela nossa florida revolução... Fariam os responsáveis, os lutadores e, porventura, sacrificados da mesma, ideia de que, ao fim de trinta anos após a implementação da ideal democracia, iríamos assistir à inércia de uma instituição chamada justiça e passividade de um povo tão "inoportunamente" brando nos seus costumes, face a escândalos como o que constitui as candidaturas às autárquicas deste Portugal, de indivíduos sujos pela corrupção e má conduta?...
Que cegueira é esta que "tolhe" os valores e rectidão de carácter desta nossa nação?! Recuso-me a aceitar esta leveza na tolerância que nos assola... Vivemos tempos ingratos, que jogam em vão o fundamento de um sonho, acreditado a 25 de Abril do ano de 1974.
A nossa geração merece mais e melhor!... Pois fomos educados a crer que valeria a pena expressar a nossa vontade na língua de Camões. Acalento ainda a esperança de testemunhar, o erguer da dignidade de um orgulhoso país, que dá pelo nome de Portugal...Sou talvez uma optimista!

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Cultura, a quanto obrigas???

Foto:"Luis Vieira"
Houvesse alguém capaz de me explicar como se pretende que o usufruto daquilo que se faz em Portugal, em termos culturais, seja, nada mais que uma mera alucinação. Diz-se que em detrimento do cinema, seria útil a escolha por uma representação teatral, ida a uma galeria de arte - visionar um exposição ou mesmo atentar os museus... sim senhora, talvez pelo caminho concordasse, não fosse o facto de um bilhete para assistir a uma sessão de cinema, custar 5€ e uma entrada no teatro ficar pela irrisória quantia de 15€, o desequilibrio é evidente (para já não falar nos concertos de música, nomeadamente a ópera - absolutamente inacessível). No contexto sócio-económico em que nos integramos, como podemos nós darmo-nos a estes luxos?!
Os livros centram-se num outro estigma, apela-se à leitura, ao conhecimento, e quando somos impelidos por aquela vontade exacerbada de adquirir o tal romance, o tal escritor, deparamo-nos com aquele impune obstáculo que se determina por mais de 15€ + IVA cada. Nem mesmo as promoções lhe valem... É caso para se dizer: "assim vai a amargura da nossa cultura".
Esta não é, definitivamente, a melhor forma de combater o marasmo que tende em instalar-se no intelecto de um país, subjugado por uma pesada herança que teima em perder-se pelo desinteresse... pelo comodismo de uma elite.

terça-feira, 20 de setembro de 2005

Crash - Uma dura realidade...


"Crash
Ano: 2004
Realizador: Paul Haggis
Actores: Don Cheadle, Sandra Bullock, Matt Dillon, Brendan Frasier
Continuando numa de filmes sérios, e sem desancar ou aparvalhar, segue-se esta magnífica e actual obra de Paul Haggis, realizador que se aventurou no cinema após longa carreira na televisão, e que agora, pelos vistos, espalha talento por Hollywood fora, como uma cadela com o cio a espalhar ferormonas.Realizado, escrito e produzido pelo dito, esta obra reduz-se a duas palavras: preconceito e estereótipo. Mas trata uma temática bem mais vasta pois, ao analisar "à lá Pulp Fiction" as histórias separadas de diversas pessoas, escrutiniza ao detalhe a extrema complexidade de cada ser humano e a suprema dificuldade que ele tem em coexistir com o vizinho do lado, se ele não compartilhar a sua raça, crença ou religião. Ao mesmo tempo, estirpa com precisão cirúrgica o quão erróneas podem ser as primeiras impressões sobre determinada pessoa, analisando "o lado de lá" e mostrando que, por vezes, esse lado pode não ser o que aparenta ser. Mas por vezes também é.Cinematicamente, tudo está alinhado e afinado pelo melhor diapasão. O elenco é escolhido a dedo, Don Cheadle está a um nível oscarizável, Brendan Frasier é ressuscitado... até Sandra Bullock parece boa actriz! De referir o "cameo" de Tony Danza, desaparecido há muito destas lides. Todos sabem o seu papel e todos o desempenham com naturalidade, fluidez e eficácia, fruto de um argumento e de uns diálogos realmente bons.Em termos de estrutura, aproxima-se muito do excelente Magnólia, e ao qual também não falta uma "chuva de sapos" perto do fim.No geral, é uma história de realidade, de vidas, de seres, de pessoas intrincadas, onde sobressaem ódios estereotipados e sentimentos mesquinhos para com o próximo, em vez de uma saudável convivência geradora de evidentes benefícios para o futuro da espécie humana.Mas não é um filme pessimista. Aliás, acaba por ser uma história de redenção, ao mostrar ao espectador que as circunstâncias da vida podem fazer com que os "pretos" não sejam todos ladrões, os "árabes" não sejam todos terroristas ou que os "mexicanos" não sejam todos ressabiados preguiçosos, e que, acima de tudo, não devemos deixar que quaisquer diferenças possam ser geradoras de atritos. Aceitemos o próximo tal como ele é, com as suas virtudes e defeitos, porque a vida é muito curta para ser desperdiçada...
O melhor: A cena do filme que ilustra o poster deste post.
O pior: Não reparei em nada de importante...
Veredicto: Para ver e pensar bem no que andamos aqui a fazer."
(Do especial Edgar)

quinta-feira, 8 de setembro de 2005

O manifesto do inconsciente...

Se tivesse optado pela medicina, seria psiquiatra, porque no corpo humano, o cérebro é a parte que mais desperta o meu fascínio...A complexidade do funcionamento, o mistério que encerra, o domínio que impõe sobre o nosso desempenho, as fronteiras ténues traçadas entre a loucura e a sanidade, a tristeza e a alegria, a calma e a ansiedade, a fantasia e a realidade...tudo se encontra sob a alçada do seu arbitrio.

O inconsciente, define a inacessibilidade e a genialidade de uma matéria completa. Este, anuncia-se através das formas menos palpáveis: os sonhos - metáforas de uma possibilidade irascível... e a intuição - fruto da sensibilidade bruta. Vejo a intuição, como a capacidade de oscular a um ponto extremo, a mensagem emitida por um estado irreflexo. Arriscamos uma ideia, um acto, cuja determinação desconhecemos, mas assumimos a certeza de um pensamento coerente, objectivo, capaz de afectar uma decisão. Julgo que, algures por aqui, se traça a ponte entre o mundo que rodeia a razão e a envolvente da percepção. (Sem consistência cientifica, esta é apenas, a minha visão do tema em abordagem)Seja qual for o nível de entendimento, é efectiva a certeza de que é no âmago da referida massa (cinzenta), que a essência do nosso ser se mostra como o paradigma da nossa existência.

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

Touradas, espectáculo de sangue!

Em nome de?

...de uma tradição cruel
...de um prazer primitivo
...de um triste querer
...de um "divertimento" egoísta
...de um déficit emocional
...de um tempo frívolo
...de uma "tacanhez" cultural
...de uma incoerência mental
...de uma paixão inglória
...de um relativo humanismo
...de uma luta desigual
...de um espectáculo de sangue imoral!...

sexta-feira, 2 de setembro de 2005

Por momentos o "Sudão"...


"Shame on you, Mr. George Bush!"
Um país que se auto intitula como o exército de salvação do mundo, não consegue fazer face a uma catástrofe natural no seu próprio território(TRATADO DE KYOTO JÁ!)?!...deixando transparecer imagens de terror e decadência humana, um cenário a que nos habituamos a assistir em África/Ásia e que tão energicamente sua ex.ª diz ser necessário combater...
"Shame on you"!