segunda-feira, 25 de março de 2013

"Truth about Pet Food, Spain"

Mas será que não existe nada em que possamos acreditar!?...

"The use of euthanized pets in pet food has been suspect for years. Now, Spain is in the middle of a full investigation that will finally prove the absolute worst horrors of pet food. It has been stated many of the pet foods involved “have international presence and some are among the most prominent of the animal feed industry.”

Last May, investigators found two warehouses in Spain that were being used as clandestine warehouses for storing the animal corpses. One contained 15 tons of dead animals, most of them dogs. Similar gruesome discoveries were made in other locations in Spain.

An investigation in Spain uncovered an underground network of criminals involved in feed manufacture, tanneries, animal shelters, kennels involved in a heinous practice of using the corpses of sick and abandoned animals in the production of pet food. At least 40 pet food and animal feed companies are involved, with some products sold internationally.

Officials in Spain uncovered an organized group involved in taking stray dogs, sick and abandoned pets from shelters, euthanized pets from veterinarians, diseased livestock, horses, zoo animals to be sold for making pet food and animal feed ingredients. At least eleven people are involved in the plot, which include transporters, tanneries and other companies linked to the animal world.


Please read more:



Other sources: 





Also, a great source of info about a pet food scandal you will find in a great book by Ann Martin "Food Pets Die For: Shocking Facts About Pet Food" -the first expos‚ of the shocking practices within the pet food manufacturing industry:


Lido em:
Exposing the truth! Keep speaking out and sharing this page:
http://www.facebook.com/pages/Animal-Cruelty-Exposed/363725540304160 "




Photo: Euthanized shelter pets used in a pet food industry.

segunda-feira, 18 de março de 2013

"MAIS TEMPO? MUITO MAIS TEMPO!"

Como não poderia deixar de ser, aí está a catástrofe!
Passos Coelho ainda há dois ou três dias dizia que “não existe necessidade de alterar a trajectória”. Ainda ontem dizia que estava tudo bem, que a sétima avaliação tinha corrido bem, como hoje confirmaria em detalhe o ministro das finanças. Mas afinal os detalhes de hoje de Vítor Gaspar não confirmam nada disso. Confirmam a catástrofe que já se sabia, mas que a sociedade Passos & Gaspar ia tentando manter debaixo do tapete!
Isso mesmo: o inimputável Gaspar deixou de o ser. A partir de hoje não é mais inimputável!
O ministro das finanças só não meteu dó porque quem faz o que ele tem feito não consegue sequer despertar esse sentimento. E porque uma legião de jornalistas domesticados (uma única excepção para o jornalista da SIC) – serão os jornalistas presentes nas conferências de imprensa do salão nobre do ministério das finanças escolhidos pelo ministro? – pactua com aquele discurso opaco e misterioso, abdicando de perguntas assertivas e resignando-se às respostas manhosas e às omissões do ministro.
O défice é de 6,6% e não os 4,9% com que ainda há semanas Passos se cobria de glória, garantindo o cumprimento da meta do défice. Nem outro qualquer do cardápio que Vítor Gaspar hoje quis apresentar, pretendendo transmitir a ideia que, como os chapéus, défices há muitos. Que é só escolher e que o Eurostat escolheu aquele. Mas que ele escolhe outro. Ele escolhe o défice primário estrutural!
Que é coisa que não existe – e como é estranho que nenhum jornalista lhe tenha dito isto -, é virtual. Existe nas suas folhas de Excel, como se fosse em laboratório bacteriologicamente puro!
As previsões macroeconómicas são de novo revistas, confirmando a implosão do orçamento em curso. A recessão, que no orçamento está fixada em 1%, e que há um mês, logo em Fevereiro, foi revista para o dobro é, agora, um mês depois, estimada em 2,3%. Mas ainda não desta que acerta: está mais próxima da realidade, mas é ainda insuficiente. O PIB cairá mais que isso!
Gaspar já prevê o desemprego a crescer aos 19%, anunciando que lá para 2016, daqui a três anos, estaremos de regresso à actual taxa de desemprego. Isto porque lá para o último trimestre do ano diremos adeus à recessão, e em 2014 já cresceremos 0,6%. Quer dizer, e tendo em conta a falta de jeito para previsões, o país que Gaspar e Coelho criaram em menos de dois anos vai ficar com um desemprego estrutural acima de 20%!
Os PIB nominais que estão por trás destes números é que não se conhecem: diz Gaspar que ainda precisam de umas afinações antes de poderem ser divulgados. Bonito. E sério!
Ah! E em 2040 teremos acertado o passo com os níveis de endividamento requeridos pelas regras da moeda única, os tais 60% do PIB. Ridículo: quem não acerta uma previsão a dois meses, lança-se numa a 30 anos. E motivante: em excesso de dívida, e portanto sem autonomia para coisa nenhuma, por mais 30 anos!
Gaspar e Coelho criaram tudo isto em menos de dois anos. Começaram a cavar este buraco quando, logo que tomou posse, o governo foi buscar aos portugueses metade do subsídio de natal e aumentou indiscriminadamente o IVA, sem que tal fosse estritamente necessário para o objectivo do défice, garantido pela habilidade da transferência dos fundos de pensões da banca. Não foi só a primeira grande machadada no consumo interno, foi também desbaratar a confiança, mesmo que residual, que ainda existia e substituí-la pelo pânico. Generalizado!
Depois foi sempre a aprofundar, a cavar cada vez mais fundo, com uma espiral de fundamentalismo a alimentar outra espiral: a da recessão. De pouco vale hoje falar de mais tempo, o mesmo mais tempo que ainda hoje Vítor Gaspar, completamente perdido, continuava a negar. Como poderá negar mais tempo, se é tanto mais tempo que já nem cabe no tempo do programa?
Como poderá negar mais tempo, quando tempo é a única variável que manipula?
Uma variável ilimitada. Numa folha de Excel pode sempre acrescentar-se mais um, dois, três… dez anos. Até que o tempo permita esquecer quantos são…
O país é que não é ilimitado. Os portugueses - por muito que custe ao Ulrich - é que não aguentam. Não aguentam que tudo por que passaram não tenha servido de nada, nem aguentam que em cima da pobreza a que chegaram seja ainda posta mais pobreza. Todos os anos, mais em cada ano. Porque foi apenas este mais tempo a que Gaspar e Coelho conseguiram chegar!
Como vi hoje algures escrito pelo Pedro Marques Lopes: “ Um ministro das finanças consciente, no fim desta conferência de imprensa, dirigia-se a S. Bento e pedia a demissão. Um primeiro-ministro normal metia-se no carro e dirigia-se a Belém para anunciar a sua própria demissão ao Presidente da República”.

Lido aqui.

segunda-feira, 11 de março de 2013

..." O amor é sempre uma anormalidade que provoca graves atrasos mentais."

"Fazer um registo de propriedade é chato e difícil mas fazer uma declaração de amor ainda é pior. Ninguém sabe como. Não há minuta. Não há sequer um despachante ao qual o premente assunto se possa entregar. As declarações de amor têm de ser feitas pelo próprio. A experiência não serve de nada — por muitas declarações que já se tenham feito, cada uma é completamente diferente das anteriores. No amor, aliás, a experiência só demonstra uma coisa: que não tem nada que estar a demonstrar coisíssima nenhuma. É verdade — começa-se sempre do zero. Cada vez que uma pessoa se apaixona, regressa à suprema inocência, inépcia e barbárie da puberdade. Sobem-nos as bainhas das calças nas pernas e quando damos por nós estamos de calções. A experiência não serve de nada na luta contra o fogo do amor. Imaginem-se duas pessoas apanhadas no meio de um incêndio, sem poderem fugir, e veja-se o sentido que faria uma delas virar-se para a outra e dizer: «Ouve lá, tu que tens experiência de queimaduras do primeiro grau...»

Pode ter-se sessenta anos. Mas no dia em que o peito sacode com as aurículas a brincar aos carrinhos-de-choque com os ventrículos, Deus Nosso Senhor carrega no grande botão «CLEAR» que mandou pôr na consola consoladora dos nossos corações. Esquece-se tudo. Que garfo usar com o peixe. Que flores comprar. Que palavras dizer. Que gravata com que raio de casaco hei-de usar? Sabe-se nada. Nicles.
Olha-se para as mãos e parece uma cena de transformação dum filme de lobisomens — de onde outrora havia aqueles dedos tão ágeis e pianistas, brotam dez abortos de polegares. E o vinho entorna-se só de pensar nisso. E as solas dos sapatos passam a atrair magneticamente todos os excrementos caninos da cidade. E a voz que era toda FM Estéreo da Comercial quando vai para dizer «Gosto muito de ti» fica repentinamente Abelha Maia.
Tenha-se 17 ou 71 anos, regressa-se automaticamente aos 13 — à terrível idade do Clearasil e das sensações como que de absorção. Quem se apaixona dá mesmo saltos no ar e diz «Uau!» quando o Pai deixa usar a pasta de dentes dele. Qual «ternura dos quarenta», qual bota da tropa cheia de minhocas! O amor é sempre uma anormalidade que provoca graves atrasos mentais."

Miguel Esteves Cardoso, in 'Os Meus Problemas'

na esperança que na prática seja assim mesmo...


Estas são boas notícias!!!



 "European Commissioner in charge of Health & Consumer Policy, Tonio Borg, stated: "Today's entry into force of the full marketing ban gives an important signal on the value that Europe attaches to animal welfare. The Commission is committed to continue supporting the development of alternative methods and to engage with third countries to follow our European approach. This is a great opportunity for Europe to set an example of responsible innovation in cosmetics without any compromise on consumer safety."

terça-feira, 5 de março de 2013

...e um dia...

"...todo o amor do mundo não foi suficiente porque o amor não serve de nada.
ficaram só os papéis e a tristeza, ficou só a amargura e a cinza dos cigarros e da morte.
os domingos e as noites que passamos a fazer planos não foram suficientes e foram
demasiados porque hoje são como sangue no teu rosto, são como lágrimas.

sei que nos amamos muito e um dia, quando já não te encontrar em cada instante, em cada hora,
não irei negar isso. não irei negar nunca que te amei. nem mesmo quando estiver deitado,
nu, sobre os lençóis de outra e ela me obrigar a dizer que a amo antes de a foder..."

José Luis Peixoto, “A criança em ruínas”

segunda-feira, 4 de março de 2013

Sem palavras...

"Nunca uma situação se desenhou assim para o povo português: não ter futuro, não ter perspetivas de vida social, cultural, económica, e não ter passado porque nem as competências nem a experiência adquiridas contam já para construir uma vida. Se perdemos o tempo da formação e o da esperança foi porque fomos desapossados do nosso presente. Temos apenas, em nós e diante de nós, um buraco negro.
O «empobrecimento» significa não ter aonde construir um fio de vida, porque se nos tirou o solo do presente que sustenta a existência. O passado de nada serve e o futuro entupiu.
O poder destrói o presente individual e coletivo de duas maneiras: sobrecarregando o sujeito de trabalho, de tarefas inadiáveis, preenchendo totalmente o tempo diário com obrigações laborais; ou retirando-lhe todo o trabalho, a capacidade de iniciativa, a possibilidade de investir, empreender, criar. Esmagando-o com horários de trabalho sobre-humanos ou reduzindo a zero o seu trabalho.
O Governo utiliza as duas maneiras com a sua política de austeridade obsessiva: por exemplo, mata os professores com horas suplementares, imperativos burocráticos excessivos e incessantes: stresse, depressões, patologias borderline enchem os gabinetes dos psiquiatras que os acolhem. É o massacre dos professores. Em exemplo contrário, com os aumentos de impostos, do desemprego, das falências, a política do Governo rouba o presente de trabalho (e de vida) aos portugueses (sobretudo jovens).
O presente não é uma dimensão abstrata do tempo, mas o que permite a consistência do movimento no fluir da vida. O que permite o encontro e a intensificação das forças vivas do passado e do futuro - para que possam irradiar no presente em múltiplas direções. Tiraram-nos os meios desse encontro, desapossaram-nos do que torna possível a afirmação da nossa presença no presente do espaço público.
Atualmente, as pessoas escondem-se, exilam-se, desaparecem enquanto seres sociais. O empobrecimento sistemático da sociedade está a produzir uma estranha atomização da população: não é já o «cada um por si», porque nada existe no horizonte do «por si». A sociabilidade esboroa-se aceleradamente, as famílias dispersam-se, fecham-se em si, e para o português o «outro» deixou de povoar os seus sonhos - porque a textura de que são feitos os sonhos está a esfarrapar-se. Não há tempo (real e mental) para o convivio. A solidariedade efetiva não chega para retecer o laço social perdido. O Governo não só está a desmantelar o Estado social, como está a destruir a sociedade civil.
Um fenómeno, propriamente terrível, está a formar-se: enquanto o buraco negro do presente engole vidas e se quebram os laços que nos ligam às coisas e aos seres, estes continuam lá, os prédios, os carros, as instituições, a sociedade. Apenas as correntes de vida que a eles nos uniam se romperam. Não pertenço já a esse mundo que permanece, mas sem uma parte de mim. O português foi expulso do seu próprio espaço continuando, paradoxalmente, a ocupá-lo. Como um zombie: deixei de ter substância, vida, estou no limite das minhas forças - em vias de me transformar num ser espetral. Sou dois: o que cumpre as ordens automaticamente e o que busca ainda uma réstia de vida para os seus, para os filhos, para si.
Sem presente, os portugueses estão a tornar-se os fantasmas de si mesmos, à procura de reaver a pura vida biológica ameaçada, de que se ausentou toda a dimensão espiritual. É a maior humilhação, a fantomatização em massa do povo português. Este Governo transforma-nos em espantalhos, humilha-nos, paralisa-nos, desapropria-nos do nosso poder de ação. É este que devemos, antes de tudo, recuperar, se queremos conquistar a nossa potência própria e o nosso país."

José Gil na revista Visão.