terça-feira, 5 de setembro de 2006

Absolutamente Arrepiante!

Dia 4 de Setembro de 2006, para ficar na memória - Pearl Jam no Pavilhão Atlântico...e porque não encontro melhores palavras para descrever o sucedido, aqui estão as palavras de Nuno Príncipe com Ana Tomás - Cotonete


Foto: (c)Carla / Edgar


"Os Pearl Jam actuaram ontem no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. Foram duas horas de um concerto empolgante, com direito a dois encores, que vai perdurar na memória de todos aqueles que tiveram o privilégio de o presenciar. O público lotou o recinto e ovacionou o grupo de Seattle do primeiro ao último minuto.

O concerto da banda norte-americana serviu para promover o álbum "Pearl Jam" editado em Maio deste ano. Mas, como era previsível, o alinhamento foi um desfilar de temas da sua longa discografia da qual fazem parte álbuns como "Ten", "Vs", "Vitalogy", "No Code", "Yield", entre outros. Num espectáculo de tamanha qualidade torna-se quase inglório tentar enunciar quais foram os pontos altos do mesmo, visto que a actuação valeu pelo todo e não apenas pelas partes.


Os Pearl Jam entraram em palco com a versão reprise do tema 'Life Wasted'. Logo de seguida, a descarga de energia impulsionada por 'Animal', 'Corduroy' e 'World Wide Suicide' iniciou o elo de ligação entre público e banda que se viria manter até ao final do concerto.

Na primeira comunicação com os fãs nacionais, Eddie Vedder agradeceu, e relembrou, em português esforçado, os espectáculos que a banda deu em Cascais em 1996 e, no Estádio do Restelo, em 2000.

'Even Flow' foi um dos momentos altos do concerto com o público a cantar em uníssono a letra e o refrão da música. Mas os fenomenais solos de bateria de Matt Cameron e de guitarra de Mike McCready conseguiram transportar o tema para uma dimensão onde apenas o talento verdadeiro pode ser a base da música levada a sério.

Em diversos instantes do concerto, era como se o público português e o grupo norte-americano se tornassem num só: bebiam energia um do outro e partilhavam-na de seguida sem restrições. Tanto podia ser para alertar para os perigos ambientais à escala mundial como para se fecharem sobre as dúvidas existenciais do ser humano.
'Elderly Woman Behind the Counter in a Small Town', 'Jeremy' e 'Why Go', com o público a cantar em uníssono fecharam uma sequência de ouro para o primeiro encore da noite.

Nesta altura, a coesão da banda, o talento musical aperfeiçoado ao longo dos últimos 15 anos, o divertimento em palco, a música pela música, a partilha de ideias e emoções e o sentido crítico apurado foram apenas alguns aspectos que ficaram bem visíveis na actuação do colectivo de Seattle.

Eddie Vedder surpreendeu o público ao surgir no centro do Pavilhão Atlântico, no meio da assistência, num pequeno palco improvisado (como já havia acontecido no espectáculo dos Coldplay) para cantar 'Last Kiss'. Já de regresso ao palco principal, a interpretação de 'Black' foi um dos pontos mais altos do espectáculo, quer pela intensidade, quer pela identificação com público, quer pela profundidade da música que ecoou pelo Atlântico. O vocalista dos Pearl Jam finalizou-a da melhor forma com as palavras «We belong together, we belong together...».
Para terminar esta sequência, 'Alive' foi o hino à vida cantado pelos fãs até onde as cordas vocais aguentaram.
Foto:(c) Carla / Edgar

Eddie Vedder observava deliciado o Pavilhão Atlântico de uma ponta à outra até que, deixando de lado a vertente politicamente correcta, surpreendeu com a frase da noite ao afirmar em português: «Vocês são do C...........!!!» A histeria foi total!!!No final ficamos com a certeza que, mesmo passados quinze anos, os Pearl Jam continuam a ser músicos de corpo inteiro com muita alma e coração.

Na primeira parte do espectáculo actuaram os My Morning Jacket. O grupo apresentou alguns temas do seu mais recente trabalho de estúdio, "Z", que cumpriu a tarefa de aquecer o público."

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