- Fartei-me.
- De?
- Do que era.
- Temes a exaustão do que serás?
- Nunca.
- Porquê?
- Quando traço mal o meu trilho, deturpo o seu rumo.
- Então que fazes?
- Recolho-me. Afasto-me. Volto às bases.
- E…?
- Usando um renovado mapa mental, recomeço a jornada.
- Demasiado ermo…
- Podes contar contigo próprio sempre, essa é a norma. Se recorreres à excepção, conta um pouco com os outros.
- Aprecio esses a quem chamas “outros”.
- Por vezes o piso é falso. Nunca sabes quanto tempo perduram, nem porque permanecem.
- Intimidas-me…
- Podes colorir a tua vida, mas se lhe juntas muitas cores… tens uma vida em branco… O prisma ensina-nos isso…
- É mau?
- É um risco.
- Devo evitá-lo?
- Deves absorvê-lo.
- Porque não posso ter todas as cores?
- É fundamental muita sapiência para na homogeneidade do policromático distinguir a heterogeneidade do monocromático. Recorda sempre isto.
- Que ganho com isso?
- Sê feliz por saber que não perdes nada.
- Quero arriscar!
- Faça-se!
- Não me vais impedir?
- Não… só mais uma coisa…
- Devo apontar?
- Sim, com o teu melhor traço mnésico. Serás bestial ou besta, e nesses ensejos em que das apoteóticas recepções cessas a auferir as cirúrgicas pedradas… voltas à base. Repensas, e renasces. És o arquitecto, engenheiro e empreiteiro de ti mesmo.
- Quem és?
- Fénix.
- És um mito! Não existes!
- E tu existes?
Por Benedita
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