segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Vidas adiadas...


Se a vida não fosse tão insubstituível
talvez ousássemos utilizá-la.
Porém arrumamo-la na prateleira
como um vistoso par de sapatos
que é bonito de se ver
mas não para uso diário.
Assim, continuamos por aí sentados
numa expectativa descalça.


Margareta Ekström

domingo, 29 de janeiro de 2012

Aos consumidores com consciência...

Andava eu a informar-se sobre tintas de pintar o cabelo e deparo-me com várias alternativas no mercado que sabia testarem os seus produtos em animais, nomeadamente a L'oreal e Garnier...existia a dúvida inerente à Wella...pois  bem, após algumas pesquisas descubro que a Wella pertence ao grupo "Procter & Gamble" (detentor de outras marcas como a Pantene, Iams/Eukanuba, Gillette, perfumes Hugo Boss e Gucci, detergentes Tide etc.etc...), que testa em animais os seus produtos. Eu boicotarei todos eles até que o uso de animais deixe de ser uma realidade...

Aqui ficam algumas fontes e demais informações:


http://www.peta.org/living/beauty-and-personal-care/companies/search.aspx?Testing=1&Range=0&PageIndex=4

http://www.pg.com/en_US/brands/all_brands.shtml (Todas as marcas da P&G)

http://www.pandgkills.com/main.html

http://www.sourcewatch.org/index.php?title=Procter_%26_Gamble

http://www.pg.com/en_US/sustainability/point_of_view/animal_welfare.shtml - (o grupo no seu "site", assume o facto de recorrer ao uso de animais em testes como último recurso...seja isso o que for...e que desenvolve esforços em encontrar alternativas que permitam eliminar totalmente os testes em animais, a questão é que o procedimento se mantém...)


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Paraísos envenenados, são o autêntico inferno para os animais...

Antes de viajarem para estes paraísos envenenados, informem-se antes, de forma a que não sejam cúmplices (com o vosso dinheiro) do crime organizado, corrupção, etc...que mata, tortura e explora animais para turista VER.



Abre os link's, lê e divulga, para que outros sejam informados...

"This is a well written piece about the dire situation for elephants in Thailand that is partly caused by "innocent" tourists. "For any tourist visiting an elephant camp and riding these beautiful animals, the latest information has serious implications. People who ignore what is occurring effectively support the killing and torture of wild-born elephants." Please read & share. We know that many do not know the ugly truth about elephant rides - you can learn more on http://tinyurl.com/3yu97k8."

http://www.nationmultimedia.com/opinion/Thai-elephants-are-being-killed-for-tourist-dollar-30174341.html

(...) "For any tourist visiting an elephant camp and riding these beautiful animals, the latest information has serious implications. People who ignore what is occurring effectively support the killing and torture of wild-born elephants." (...)


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Não há concertação para o amor.


Do mesmo modo que não há maneira de chegarmos a um acordo para a chamada Concertação Social, também no amor está difícil de conseguir. Não há concertação social que valha ao amor, porque há sempre alguém que acha pouco mas sobretudo que faz de mais. As pessoas têm medo de fazer de mais e eu percebo-as. A possibilidade de fazerem uma entorse, luxação no ombro ou esgotamento mental são muito superiores quando isso acontece. Há de resto a ideia de que quando fazemos de mais somos vulgarizados por isso.

E o amor não se quer vulgar; pelo contrário, quer-se distintivo, como aqueles que a polícia usa ao peito para que se saiba o seu nome. O amor tem de saber o seu nome e as letras de que é feito e por isso tem de chegar a um acordo. E nisto há sempre um Carvalho da Silva, um João Proença, gente a gritar nas ruas “ CGTP unidade sindical! 40 horas já! 40 horas já!” E o amor, tal qual estas 40 horas, tem de ser já. Não há passado no amor nem futuro, o amor é só presente, é este agora com que escrevo, é a urgência que sentimos ao chamar a ambulância. Na verdade, é o carro do INEM que vai na frente a abrir caminho. O amor quando é bom cede, e eu não acredito em pessoas que amem sem que o façam. O amor cede todos os dias, é o “está bem está bem” como quem diz “ai se eu não te amasse tanto!”, é o “pronto, vou lá eu!”, quando já estamos deitados e nem sequer fomos nós que deixámos a luz da sala acesa. O amor é esse levantar da cama, é enfrentar o inverno do corredor, quantas vezes o da cozinha, que é como se sabe o chão mais frio, e apagar a luz e correr por ali fora até chegarmos à nossa cama, onde está o nosso amor tão quente, tão coberto, para aí entrarmos sem demora, com os nossos dois pés gélidos e lhe provocarmos um mais que justo e romântico choque térmico. Choque térmico.

Fonte: Fernando Alvim

"O escândalo do falso acordo"


Concertação Social não pára de aumentar.

O mal-estar causado pela assinatura do Acordo de Concertação Social não pára de aumentar. E, à medida que se conhecem os itens do documento, as baterias apontadas ao eng.º João Proença são cada vez mais. Torres Couto, fundador da UGT, afirmou que o acto é "suicidário" e que aquela central caminha para a dissolução. E sindicatos e sindicalistas afins não param de criticar, por vezes acerbamente, o que entender ser uma capitulação de Proença. Este, claramente irritado, tem procurado defender-se com argumentos tão irracionais como idiotas, mas o que está em causa deita por terra qualquer tentativa de justificação. 

O dr. Passos Coelho subiu ao palco e disse, entre outras banalidades e omissões, que se estava em presença "de uma grande coligação social." Não é assim. O primeiro-ministro não aceita as evidências e quer enganar quem? Com a saída da CGTP, o desenrolar dos acontecimentos são de molde a preocupar. Menos de vinte e quatro horas depois, uma manifestação de descontentes gritou a sua cólera perante o edifício do Parlamento. "E isto não vai parar!", exclamou Carvalho da Silva, que vai deixar o lugar de secretário-geral da CGTP, por exigências estatutárias, e ser substituído por Arménio Carlos. 


Claro que apareceram aduladores do documento. Os mais despropositados foram o dr. Tavares de Miranda e o também dr. Braga de Macedo, recuperados de um limbo onde muito bem estavam. O dr. Miranda discreteou acerca das inabaláveis virtudes de um texto, cujos objectivos salvíficos são comoventes. Parece que a pátria estava em perigo de soçobrar, não acontecesse a assinatura singularmente patriótica do eng.º Proença. E o dr. Braga, sempre muito inteligente, exautorou as declarações de Torres Couto, de quem disse ser muito amigo, fora o despautério daquele absurdo "radicalismo"; ou foi "fundamentalismo" o que disse? 

O facto é que o "acordo" é um texto beligerante, que desfere golpes terríveis em muitos avanços sociais do mundo do trabalho. A Imprensa tem enumerado a lista e chega a ser sórdido o que patrões e governo querem fazer com o apoio sorridente do eng.º Proença. Este, desasado e sem saber onde se meter, culpa os jornalistas. Os jornalistas são culpados de muita coisa; mas de esta, não. O eng.º Proença cumpre, aliás, o desígnio histórico que tem caracterizado o seu trajecto e o da UGT. Não vale a pena cauterizar velhas feridas fazendo ressurgir histórias ignóbeis. Mas cada um come do que quer e a mais não é obrigado. 

A verdade é que as ambições patronais foram obtidas, com a conivência de UGT, e não há volta a dar ante as circunstâncias. O escarmento de que o eng.º Proença é alvo não é injusto: ele assumiu as responsabilidades de fazer o que fez, num momento particularmente dramático da sociedade portuguesa e, em especial, da classe trabalhadora. Porque é esse o caso. Todos nós, os que trabalhamos, operários, jornalistas, professores, mecânicos, motoristas, vamos ser atingidos pela onda avassaladora de uma série de iniquidades de que a UGT é responsável. É extremamente significativo ver quem apoia e aplaude este acordo. E a desvergonha aumenta quando o eng.º Proença agita a bandeira da "meia hora" como vitória singular. A verdade é que a historieta da "meia hora" foi um engodo, enganador como todos os engodos. As coisas estavam preparadas e cumpliciadas para se apresentar a "cedência" governamental e patronal como ganho sindical. O embuste servia para justificar o que aí vinha. 

Estamos em pleno reino da infâmia. Enfraquecido pelas pressões conservadoras e ultraliberais e pelas traições oportunistas de aventureiros sem escrúpulos, o mundo do trabalho está cada vez mais encostado á parede do seu infortúnio. Porém, a história no-lo ensina que os incidentes de percurso, por dramáticos e dolorosos que sejam, são superados pela força da razão. Estamos num desses períodos, em que tudo parece perdido. Mas não está. O estádio civilizacional será, ocasionalmente, interrompido, mas não é nunca uma etapa definitiva. E o poder, quase totalitário, que parece avassalar a Europa, começa, aliás, a apresentar fissuras. Todas as derrotas são aparentes, por muito duradouras no aspecto. E não há conquista sem luta nem luta sem sofrimento."

Fonte: Baptista Bastos

domingo, 22 de janeiro de 2012

O que não se fala sobre o Amor...

As canções e os poemas ignoram tanto acerca do amor. Como se explica, por exemplo, que não falem dos serões a ver televisão no sofá? Não há explicação. O amor também é estar no sofá, tapados pela mesma manta, a ver séries más ou filmes maus. Talvez chova lá fora, talvez faça frio, não importa. O sofá é quentinho e fica mesmo à frente de um aparelho onde passam as séries e os filmes mais parvos que já se fizeram. Daqui a pouco começam as televendas, também servem.

Fonte: - Visão, Janeiro 2012
Peixoto , José Luís.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

As Saudades Curtas.

Também as versões-formiga dos maiores sentimentos têm tanto direito ao respeito como os leões e as impalas. Até por serem muito mais numerosas e frequentes, como está a multidão de insectos para com a pequena minoria dos vertebrados. 

A minha formiguinha emocional são as saudades curtas que eu tenho da Maria João. Plenas não posso ter, graças a ela e a Deus, porque são poucos os momentos em que ela não está comigo. Mesmo não sendo muitas, essas faltas, por muito felizmente pequenas e provocadas pela necessidade, são suficientes para incutir em mim a dor, nem que seja por cinco minutos apenas, de estar separado dela. 
Parecem estúpidas as saudades curtas. São certamente insensíveis e solipsistas, perante as saudades longas e profundas, que não têm cura nem, por serem insolúveis, têm a esperança de, um dia, deixarem de existir. 
São saudades de uma hora, de um almoço perdido, de uma tarde interrompida. Parecem irracionais e ingratas, estas saudades curtas, de que sofrem as pessoas apaixonadas e felizes ou infelizes. 
Mas não são. Daqui a um X número de horas, vou morrer. Daqui a um Y número de horas, vai morrer a Maria João. Morra quem morra, com a maior ou mais pequena das antecedências, o certo é que o tempo da vida e da saudade está contado. 
Cada hora que não estou com ela está para sempre, definitivamente, finitamente perdida. E é daí que vêm as saudades curtas do amor, que tomam cada momento por uma vida. Só por amor se vive assim. 

Miguel Esteves Cardoso, in 'Jornal Público (18 Jun 2011)'

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

movies and words...



They say you fall in love only once, but everytime I look at you, I fall in love all over again.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Brutal, mas imprescindível de ser visto...

Afinal quem são os verdadeiros piratas?!
Este documentário, que me deixou "perplexa"...só prova aquilo que penso há anos sobre a ONU - cambada de fantoches que satisfazem os interesses dos mais fortes e ricos...

Obrigatório...

 Clicar nos link's, para visualizar.

"Assassina de cães e gatos em SP pode ter matado mais de 30 mil animais em 8 anos."...

Publico aqui esta notícia, com o intuito de que todos aqueles que resgatam animais da rua e os protegem, que o façam mesmo, que os protejam...não virem as costas ao destino dos animais em causa...entregá-los em abrigos, fat's, adoptantes, etc não chega, é de extrema importância acompanhar a vida destes animais durante todo o processo...caso contrário; "é pior a emenda que o soneto".


Tomem isto como exemplo. Muitas foram as associações e particulares; ditos protectores de animais a entregar os mesmos a esta "senhora"... Brasil, mas podia ser por cá.

..."Depoimentos de vários protetores, vizinhos e de um detetive apontam que o número de animais mortos é imensamente maior do que o encontrado esta semana. Segundo o detetive particular, contratado por protetores independentes, somente nos 20 dias em que ele esteve vigiando o local, cerca de 300 animais entraram na casa dela e nenhum deles saiu."...



Sobre este assunto:
"Animais para adoção - São Paulo disse...

Olha gente, eu tô com a minha opinião sobre isso engasgada já há alguns dias. Vou falar e quem não gostar que se lixe. Mesmo que não tivessem circulado esses alertas, qualquer pessoa com um mínimo de inteligência teria uma pulga gigantesca incomodando atrás da orelha. Quando a esmola é muita o santo desconfia. Como uma pessoa consegue recolher e manter tantos cães e gatos? Tem gente que entregou DEZENAS de animais a ela num único mês! O que essas pessoas estavam pensando quando faziam isso? Será que não paravam e se perguntavam como ela vai mantê-los, abrigá-los ou doá-los? Ou simplesmente pensavam que era só largar lá na casa dela e virar as costas para que todos os problemas fossem resolvidos? Pô gente, papai noel não existe. Se todos os protetores e associações enfrentam infinitas dificuldades pra manter seus resgatados, por que com ela seria diferente? Por que com ela seria mais fácil? Nem rica a mulher é para alguém pensar que ela tinha condições de resolver tudo o que acreditavam que ela estava resolvendo. Eu sei que falar é fácil e que agora é muito tarde para todos esses animais que ela matou covardemente, mas quero que essa história tenha pelo menos um lado positivo e sirva de lição aprendida a duras penas: desconfiem de quem oferece mundos e fundos, desconfiem de quem proporciona tantas facilidades, acompanhem seus resgatados em lares temporários, abrigos e na casa dos adotantes, entendam que não dá para largar o animal com quem quer que seja e virar as costas. É o mínimo que se espera de pessoas conscientes e que já cansaram de ver de muito perto as atrocidades que o ser humano é capaz de cometer."...

domingo, 15 de janeiro de 2012

movies and words...


Usando as palavras de uma amiga...


..."Amigos defensores da causa animal,

Não sei se estão a par da nova página do Governo, na qual cada cidadão pode criar um MOVIMENTO que defenda algo que considere importante, e no final, o cidadão que criou o MOVIMENTO que tiver mais apoiantes terá uma audiência com o primeiro-ministro para defender a causa!

Depois de consultar os vários MOVIMENTOS existentes apercebi-me que para já existem 4 diferentes destinados à causa animal, são eles:
- Abolição das corridas de Touros;
- Animais reconhecidos pelo Estado Português;
- 2 pernas por 4 patas;
- Movimento contra as touradas.

Podem apoiar os 4! Não há problema! 

Se conseguirmos que um destes MOVIMENTOS seja o mais apoiado, é um grande passo na defesa dos animais!!!!

O link para apoiarem os MOVIMENTOS é: http://www.portugal.gov.pt/pt/o-meu-movimento/ver-movimentos.aspx?o=p

Atenção, antes de poderem apoiar algum dos movimentos, têm de se registar! ( canto superior direito da página)" ...

Ao momento existem já mais Movimentos neste âmbito, que podem apoiar...é só pesquisar...

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

...“que os seres humanos sejam livres de falar e de crer, libertos do terror e da miséria." …


De românticos e de altruístas todos temos um pouco. Assim como se fossemos uma espécie de membros do Instituto de Socorros a Náufragos da Vida. Só que uns têm as quotas em dia para com a sociedade; outros, preferem olhar para o lado e pensar que os tempos são de crise, que anda meio mundo a tentar enganar o outro meio e que o Estado deve ser a “mão que embala o berço” dos mais desprotegidos.

Deparamo-nos diariamente com mendigos, desgraçados a quem a fortuna da vida lhes virou as costas (ou eles a ela); homens e mulheres que fazem das soleiras dos prédios ou dos bancos de jardim a sua cama, e do álcool e das drogas o seu ponto de fuga para um universo muito próprio. O deles.

Por vezes, a nossa tentação é a de, como que para aliviar a consciência, preencher com uns trocos ou com umas migalhas de comida a mão que se estende à nossa caridade. Outras vezes, voltamos a cara, não querendo ver a triste realidade que está perante nós, como se, assim, este estado de coisas não existisse e aquele que se aproxima de nós não passasse de uma sombra, sem corpo, sem alma, sem vida. É o risco de contágio pela cegueira da “crise”, a desculpa motivada pelos “tempos difíceis” que se avizinham. Sabemos na ponta da língua a velha frase: “se todos ajudarem, não custa tanto”. Mas custa.

Diversos organismos nacionais apontam para que o número de pobres em Portugal ande perto dos dois milhões de pessoas (dados do terceiro trimestre de 2011). Os exemplos entram-nos pelos olhos dentro, dia após dia, noticiário após noticiário… De facto, a televisão é um veículo por excelência para as denúncias dos ultrajes à vida humana, mas, cinicamente, tem a vantagem de nos separar dos miseráveis por um ecrã. Não nos toca na pele. E assim, com maior ou menor consciência, com maior ou menor leviandade, acabamos por fazer letra morta do que está escrito nas primeiras linhas da Declaração Fundamental dos Direitos do Homem: “que os seres humanos sejam livres de falar e de crer, libertos do terror e da miséria […]. Na Carta, os povos das Nações […] se declararam resolvidos a favorecer o progresso social e a instaurar melhores condições de vida dentro de uma liberdade mais ampla”.

Há diversas pedras no caminho para se chegar a este ideal. Uma delas é inata na natureza humana: todos temos medo de ser enganados e de, nestes casos, estarmos a contribuir com dinheiro ou com comida para “mais um drogado”, ou para “mais um bêbado de rua”, que mal tem onde cair morto; para um parasita, que vive às custas dos nossos impostos, porque “é um malandro e não quer é trabalhar”. Cometemos bastas vezes um erro crasso – tomamos a nuvem por Juno.

Onde pretendo chegar com tudo isto? Ao homem que, todos os dias vejo nos semáforos da Avenida de França, no Porto, que empunha um simples pedaço de cartão no qual está escrito apenas: “TENHO FOME”. Está ali, parado e mudo, cabeça baixa. Nem sequer se aproxima de quem não se digna a abrir o vidro do carro, quanto mais não seja para dizer “não”. Vejo-o quase todos os dias, ali, parado, de cartaz na mão. Arranco ao sinal verde e ele lá fica. Mas, por incrível que pareça, acompanha-me quase sempre, durante grande parte do resto da minha viagem.

Publicado em "P3"


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Carta de Ano Novo para o Governo ...


"Excelentíssimos Senhores:
Primeiro-ministro,
Presidente da República,
Presidente da Assembleia da República,
Ministros,
Representantes do Governo e dos Partidos,
Deputados


Chamo-me Sandra, sou Professora do 1º Ciclo, por opção e, embora não tenha colocação há 5 anos, não perco o optimismo e a fé, e mantenho-me o mais activa possível pela melhoria da educação, do respeito e da humanidade.
Antes de continuar, quero informar que esta carta não será redigida segundo o novo acordo ortográfico, pois ainda prevalece em mim um pouco de orgulho no meu País e na minha cultura.
Há bastantes anos atrás, era eu ainda uma Criança, lembro-me de quanto orgulho eu tinha em Portugal. Era um País importante e diferente dos outros para mim, um País com uma grande História, uma forte cultura, cheio de tradições bonitas e de pessoas felizes.
Quando cresci, percebi que no País que eu admirava, havia muita coisa errada, e contra a qual não se fazia nada, não fiquei feliz e, por isso mesmo, fui perdendo o meu patriotismo. O que acredito que acontece aos poucos a milhares de portugueses.
Neste momento somos um País “fracturado”, onde a nossa cultura se desvanece por entre a multiculturalidade cada vez maior. Ao longo de curtos anos, tenho assistido a uma metamorfose que eu, como Portuguesa, não aceitei. A nossa Língua, confunde-se com a Língua Brasileira, o pequeno comércio tradicional que dava cor às ruas e que os turistas adoram, morre, engolido, não pelas grandes superfícies, mas pelas conhecidas lojas asiáticas que aumentam catastroficamente de dia para dia, oferecendo produtos sem qualidade duradoura, alguns até com materiais tóxicos, mas a preços tão baixos, que os portugueses não conseguem evitar, esquecendo até o quanto a China desrespeita os direitos humanos e, principalmente, os direitos das Crianças, forçando-as a trabalhar, aprisionadas, maltratadas e em condições miseráveis. Portugal e os Portugueses aceitam compactuar com isto? A nossa economia está a ser engolida pela economia chinesa que cresce vertiginosamente, às custas de Crianças, não respeitando as leis da concorrência, nem os Direitos Humanos.
Eu não quero a cultura de outro País, eu quero a minha cultura, eu quero pertencer a um País que respeita os Direitos do Homem, das Crianças e dos Animais.
Neste momento estamos no Século XXI, Portugal não é um País do Terceiro Mundo. Regredir ou “vender o próprio sangue” e Pátria não é a solução para o desenvolvimento. Somos Portugueses, temos uma longa História para contar e devemos provar que somos dignos dessa História e dos nossos antepassados.
Passaram milhares de anos desde que o Império Romano do Ocidente caiu, e, esse sim, foi um tempo horrível em que vendiam e usavam Crianças e Animais, pois além dos Romanos serem cruéis, não tinham conhecimentos científicos sobre o sofrimento Humano e Animal, como nós, felizmente, já temos nos nossos dias. Tantos séculos depois não se justifica, com todos os conhecimentos que temos, aceitarmos que se continuem a praticar actos cruéis contra seres indefesos comos as Crianças e os Animais.
Assim sendo, e para que não paremos no tempo e no desenvolvimento, é fundamental apostar na Educação e não marginalizá-la ou ridicularizá-la, ela é o bem primordial, para o correcto, honesto e humano, desenvolvimento e crescimento do País, em Português.
Esperando que estejam de acordo comigo e que, por isso, desejem tanto quanto eu e milhares de Portugueses, que Portugal se “cultive e dê frutos”, tornando-se num País mais bonito, com cultura própria e humanidade, um País de Portugueses com orgulho, capazes de melhorar e de fazer a diferença, venho pedir-lhes, Excelentíssimos Senhores, como cidadã Portuguesa, que, em 2012, redijam duas novas Leis, uma que Proteja verdadeiramente as Crianças em Portugal (anexo 1) e outra, muito importante, que Proteja os Animais em Portugal, dando-lhes um Estatuto de Animal, Ser Vivo, e não permitindo que continuem a existir abusos, maus tratos, abandonos e canis mais cruéis que arenas romanas (anexo 2).
No entanto, para que ambas as Leis sejam eficazes será necessário fiscalizar o próprio cumprimento das mesmas, por isso, além das Leis deve criar organismos que sejam obrigados a fiscalizar o cumprimento das Leis, devendo a Justiça punir também quem for negligente com o cumprimento das Leis ou quem tiver conhecimento do não cumprimento das mesmas.
Peço-lhe ainda que visite todas as alas do canil de Lisboa e de outros canis em Portugal, verá a razão pela qual os canis devem ser abolidos e substituídos por Casas Abrigo com Centros de Adopção, ou, pelo menos, por terrenos onde os Animais possam estar libertos e ao ar livre.

Confio e acredito que este Governo não nos desiludirá como todos os anteriores, e que este ano, 2011, seja o último em que vimos actos cruéis contra Crianças e Animais não serem punidos.

Disponho-me a ajudar no que for necessário para a criação das novas Leis.
Obrigada e um Feliz 2012


Anexo1 – Lei pela Protecção das Crianças (link)
Neste link verão dezenas de crimes cometidos nos últimos anos contra Crianças, as localizações dos mesmos e as falhas da Justiça.

Anexo 2 – Portugal no Séc.XXI (link)
Neste link verão dezenas de crimes cometidos nos últimos anos contra Animais e as cruéis condições em que os Animais são mantidos e aprisionados nos canis."


Sandra.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

movies and words...


I am nothing special; just a common man with common thoughts, and I've led a common life. There are no monuments dedicated to me and my name will soon be forgotten. But in one respect I have succeeded as gloriously as anyone who's ever lived: I've loved another with all my heart and soul; and to me, this has always been enough. 

Sim, sei bem


Que nunca serei alguém.


Sei de sobra
Que nunca terei uma obra.
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser.


Fernando Pessoa.