05 de dezembro de 2012 às 10:40
Ultimamente tenho procurado entender o que impede uma pessoa carnista (que ainda escolhe comer carne animal) de abandonar esse hábito.
Anteriormente eu atribuía a não-mudança a um estado de ignorância. Eu achava, ou queria achar, que uma pessoa que ainda consome carne (e derivados animais) o faz por ser dotada de um baixo grau de empatia… Mas há algo de errado com essa premissa.
Na foto, crianças choram ao testemunhar o horror vivido pelos animais nos matadouros. A experiência foi feita pela PETA, nos EUA, e recentemente noticiada pela ANDA (leia matéria completa aqui).
Ignorância? Depois de ver um documentário, o que resta de ignorância? Depois de ouvir os gritos e ver a expressão de horror de um animal sendo torturado pela indústria de carne em um matadouro, o que mais precisa ser mostrado? O que mais pode ser mostrado além disso?
Enquanto algumas pessoas não deixam de garfar seus imprescindíveis pedaços de carne, os animais sofrem o terror em vida! Enquanto se age por capricho do hábito, animais têm sua pele arrancada, animais têm seus olhos perfurados, animais têm vassouras atravessando seus ânus, animais são mortos a pauladas ou a golpes de canos de metal, animais sofrem horrores i-ni-ma-gi-ná-veis! Agonizam, debatem-se, gritam por dentro e por fora… e você aí na garfada? Opa, camarada, tem alguma coisa que perdi pelo caminho. Você não é assim tão inocente.
Inocente é a chuva, a árvore, o animal que você põe no seu prato deliberadamente.
Não mais consumir carne. Você acha isso um grande esforço? Esforço é subir degrau de joelho pra pagar promessa!
Volto à pergunta de sempre: você que come carne gostaria de estar no lugar do animal que teve o pescoço quebrado no matadouro ou do animal que foi arrastado até ter seus ossos quebrados antes de morrer por não mais suportar a dor? Ou será que preferiria ser cortado aos poucos, até seu suspiro final?
Eu juro que detesto contar ou ver a dor em detalhes. Mas o que é qualquer dor humana perto do terror, TERROR, vivido por esses animais? A dor humana é só uma dor no peito, enquanto o que fazem com os animais é uma ferida imensa na alma da humanidade.
A carne do seu prato não é só um pedacinho de carne, não. É o pedaço de uma vida arrancada à força, é uma violência absurda. E você que me lê a esta altura do texto já tem perfeita noção do que é comer carne. Vai dizer que não? Que você imagina um animalzinho super feliz cantarolando a caminho do matadouro, onde será tratado à base de muito carinho, para então morrer ainda mais feliz?
Como é que pode uma pessoa ir treinar caridade no centro espírita, se o que ela come no prato é feito de crueldade? Se o que ela come é feito do avesso da caridade tão proclamada. Hipocrisia não pode mudar de nome. Continue servindo o sopão para os moradores de rua, mas abandone o consumo de carne e todos os derivados animais se quiser que seus atos tenham coerência interna, se quiser que sua existência ainda tenha algum sentido. Caso contrário, sua caridade é uma farsa, e você, apenas mais um. Ajuda um e esquarteja o outro? Hã?
Sinceramente, o que eu penso de quem faz caridade para humanos e concomitantemente financia o terror para os animais: penso que buscam, por meio de uma suposta caridade, uma forma de aliviar suas mentes carregadas de uma culpa inconsciente. Que se manifestem os psicólogos e estudiosos da mente: nem tudo sabemos que sabemos, não é mesmo?
Uma pessoa que ama seu cachorrinho, mas que enche o prato de carne de porco e de vaca e de galinha e come feijão com bacon. Apregoa a paz, faz discurso na ceia de Natal pra depois garfar o tão aguardado peru dilacerado sobre a mesa. Ela não sabe o que come? Está esquecida? Não, está morta.
Lido em Agência "ANDA"
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