Quando na presença de alguém o silêncio cai, o desconforto é a sensação que nos perturba, ficamos na ânsia de que alguma palavra surja e interrompa aquela paragem no tempo. Revemos dentro de nós tudo o que poderíamos dizer ao outro, algo que pudesse encurtar a distância traçada por aquele espaço vazio...
Particularmente, aprecio o silêncio, é absolutamente extraordinário no mistério que fecha e no maneirismo de se expor. É revelador no seu jeito calado e sincero de ser, estando apto a esconder catarses de emoções lidas num sorriso desenhado ou numa lágrima fluida. Incapaz de se retratar num quadro ou de se tocar num piano, o silêncio mostra-se inacessível na concretização do seu Universo.
Contudo, quando conseguimos partilhar essa ausência sem a urgência da preencher, sentimos que algo inesperado acontece; a conexão de que o silêncio é capaz... tornando a cumplicidade na sua evidência. Só neste momento, se desconstrói o medo substâncial que o silêncio afigura...
Foto: "Pedro Miguel R.G."
Foto: "Pedro Miguel R.G."
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