sexta-feira, 29 de junho de 2012

Partilha de Silêncios - (Republicar...)

Quando na presença de alguém o silêncio cai, o desconforto é a sensação que nos perturba, ficamos na ânsia de que alguma palavra surja e interrompa aquela paragem no tempo. Revemos dentro de nós tudo o que poderíamos dizer ao outro, algo que pudesse encurtar a distância traçada por aquele espaço vazio...


Particularmente, aprecio o silêncio, é absolutamente extraordinário no mistério que fecha e no maneirismo de se expor. É revelador no seu jeito calado e sincero de ser, estando apto a esconder catarses de emoções lidas num sorriso desenhado ou numa lágrima fluida. Incapaz de se retratar num quadro ou de se tocar num piano, o silêncio mostra-se inacessível na concretização do seu Universo.

Contudo, quando conseguimos partilhar essa ausência sem a urgência da preencher, sentimos que algo inesperado acontece; a conexão de que o silêncio é capaz... tornando a cumplicidade na sua evidência. Só neste momento, se desconstrói o medo substâncial que o silêncio afigura...


Foto: "Pedro Miguel R.G."

2 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...
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