segunda-feira, 23 de junho de 2008

Crónicas de Francisco José Viegas

"Aposto que, daqui a uns meses, os "especialistas em avaliação" no Ministério da Educação vão mostrar-nos estatísticas generosas e provar que os resultados de Matemática e Português melhoraram graças ao seu trabalho e aos seus regulamentos. Mas fique o leitor a saber que, se isso acontecer, há trafulhice. Explica-se pelo grau de dificuldade dos exames, que baixou substancialmente. O objectivo era esse: melhorar as estatísticas. Só assim se compreende que, diante das críticas, um alto funcionário do ministério tenha cometido o deslize de afirmar que se trata de "comentários de pessoas que não entendem nada de avaliação educacional". Os resultados não se melhoram num ano, e a pressa em obtê-los mostra que há desonestidade. Não se percebe como a Ministra vai nesta cantiga."

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"A Europa, que foi berço de várias civilizações – e não apenas de uma, maneirinha e conformista – não merece tanta arrogância desta gente mal-educada que se põe a pregar moral aos irlandeses por terem votado como votaram. O argumento de que apenas dois milhões de irlandeses põem em causa o Tratado de Lisboa não pega: na verdade, apenas eles foram consultados. Se o texto do Tratado é assim tão complexo que apenas as luminárias das altas esferas o entendem, pois que trabalhem (para isso são pagos pelos contribuintes e cidadãos da Europa) e o ponham em língua de gente. Os europeus podem ser cépticos, mas não são tão estúpidos como querem fazer crer – e não podem ser tratados como o velho Mao Tse-Tung tratava os chineses: como carne para canhão. A piada é para Durão Barroso, sim."

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