"Lisboa, AV. da Liberdade,
Vejo esta senhora sempre que passo no centro de Lisboa, nunca a vi a pedir e também nunca está muito tempo no mesmo sitio, simplesmente não quer estabelecer qualquer tipo de relação com ninguém, no entanto quando a fotografo olha-me nos olhos até que seja eu a desviar o olhar...
Tento e já tentei saber o que se passa, além do facto de viver na mais medonha miséria (como se fosse pouco) mas a única conclusão a que cheguei é que esconde em becos, nas sombras das esquinas dos prédios, nos bancos de jardim. A cidade passa por ela e normalmente não a vê.
Tapada por mantas ou apenas por papelões,e sempre acordada olha fixamente para toda a gente...
Atravessa a noite e depois, quando o dia clareia, desagua novamente nas ruas, quase sempre sem destino certo, quase sempre à volta das mesmas ruas, pelos mesmos bairros, com as mesmas roupas.
Ser sem-abrigo não é uma fatalidade.
Ninguém nasce sem-abrigo."
Marta Victorino
Vejo esta senhora sempre que passo no centro de Lisboa, nunca a vi a pedir e também nunca está muito tempo no mesmo sitio, simplesmente não quer estabelecer qualquer tipo de relação com ninguém, no entanto quando a fotografo olha-me nos olhos até que seja eu a desviar o olhar...
Tento e já tentei saber o que se passa, além do facto de viver na mais medonha miséria (como se fosse pouco) mas a única conclusão a que cheguei é que esconde em becos, nas sombras das esquinas dos prédios, nos bancos de jardim. A cidade passa por ela e normalmente não a vê.
Tapada por mantas ou apenas por papelões,e sempre acordada olha fixamente para toda a gente...
Atravessa a noite e depois, quando o dia clareia, desagua novamente nas ruas, quase sempre sem destino certo, quase sempre à volta das mesmas ruas, pelos mesmos bairros, com as mesmas roupas.
Ser sem-abrigo não é uma fatalidade.
Ninguém nasce sem-abrigo."
Marta Victorino
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