Ele parou a meu lado, cabisbaixo. Parecia mais pequeno ainda. A barba tinha tons azulados na cara dele:
– Pois é… Nisso é que está o mal. Todos vão vivendo, sem se darem conta de nada, sem verem a miséria que há. E, mesmo que não houvesse miséria, serem verem a exploração do homem pelo homem, em que vivem e de que vivem.
Levantou a cabeça para mim, e havia nos seus olhos um tom líquido que me perturbou:
– Tu já pensaste como vivem aqueles pescadores? E a gente do campo? E os operários? Tu já pensaste?
Pensara às vezes.
– Pois é… Nisso é que está o mal. Todos vão vivendo, sem se darem conta de nada, sem verem a miséria que há. E, mesmo que não houvesse miséria, serem verem a exploração do homem pelo homem, em que vivem e de que vivem.
Levantou a cabeça para mim, e havia nos seus olhos um tom líquido que me perturbou:
– Tu já pensaste como vivem aqueles pescadores? E a gente do campo? E os operários? Tu já pensaste?
Pensara às vezes.
Jorge de Sena, Sinais de Fogo
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