segunda-feira, 17 de outubro de 2011

As necessidades assimétricas do nosso "novo" mundo...



Este fim de semana assisti a algo que me deixou estupefacta; numa reportagem transmitida pela RTP no âmbito das manifestações do dia 15 de Outubro, querendo dar como exemplo dos rostos por trás dos "Indignados", o caso (infeliz, a meu ver...) de um casal de funcionários públicos (casados, jovens e ambos professores) cujo ordenado mensal de cada um rondava os mil e tal euros aproximadamente. Lamentavam o facto de verem usurpados os seus subsídios de férias e Natal. Note-se quatro mil e tal euros aproximadamente (nas férias e o mesmo no Natal), ou seja, o queixume prendia-se em ver que num só mês não iria entrar naquele agregado familiar uma soma total de quatro mil euros, mas sim e apenas dois mil relativos aos ordenados, não contando portanto com os subsídios e por isto, este casal dizia ter o "futuro adiado"...não tendo também esse dinheiro para colmatar créditos e comprar as prendas de Natal... Ouvia este programa perplexa, a maioria dos portugueses vive com menos de mil euros por mês para fazer face às despesas diárias, compromissos financeiros, educação dos filhos, etc, etc... No dia seguinte e na SIC, vejo uma "Grande Reportagem" sobre crianças moçambicanas; órfãs de pais vítimas do vírus da Sida. Crianças que nada tinham, muitas delas nem mesmo para comer e a certa altura da reportagem, alguém pergunta a uma delas: "o que lhe faltava" ao qual ela com o maior sorriso do mundo, diz: "NADA", não lhe faltava NADA!... 
A disparidade entre estas duas realidades fez-me pensar como tudo na vida é relativo, principalmente em mundos tão diferentes. Como pode alguém dizer, no "nosso  mundo", que dois mil e tal euros por mês não servem para viver?

E porque hoje é o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, aqui fica: Oikos Manifesto 


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