"A circunstância, dizem alguns, não foi muito apropriada para o presidente da República lembrar que há empresários que dependem "do encosto ao Estado" – sobretudo quando o "grande empresariado" vive de obras públicas e de equilíbrios monetários decididos pelo Estado. Mas os seus reparos são corajosos numa altura em que o Estado não tem dinheiro para as grandes obras públicas do regime (que viriam diminuir o desemprego e ocupar as grandes empresas). O presidente, no fundo, apenas lembrou que há portugueses para quem o dinheiro é caro e que vivem do seu trabalho e não da "permuta de favores com o poder político". Pelo aspecto da coisa, a alta finança lusitana, empertigada, torceu o nariz porque, como de costume, o seu dinheiro invisível depende desses compromissos políticos."
Francisco José Viegas
Francisco José Viegas
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