"Investigadores e opositores ao uso de animais em experiências alertaram na véspera do Dia Mundial do Animal de Laboratório para a incipiente fiscalização aos locais de criação de animais para fins experimentais e às práticas dos cientistas em Portugal.
“A Direção Geral de Veterinária [DGV] tem poucos recursos para avaliar o bem-estar animal nos biotérios e licenciar os biotérios”, afirmou à agência Lusa Anna Olffon, especialista em ética animal e investigadora do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), onde integra a comissão de ética local.
Tendo em conta a demora da intervenção da DGV, a investigadora considera que existe em Portugal “o risco de os projetos avançarem sem autorização da DGV”, apesar de afirmar que o problema não está nas más práticas científicas, mas antes nas condições de bem-estar dos animais nos biotérios, ou viveiros para animais de laboratório.
Também João Relvas, investigador do IBMC na área do desenvolvimento do sistema nervoso, defende que “deveria haver mais fiscalização”.
A falta de fiscalização leva a que, por vezes, experiências em que existem alternativas ao uso de animais continuem a ser feitas com recurso animais, sobretudo em experiências básicas que não se destinam a comprovar hipóteses colocadas pelos cientistas, defendeu Constança Carvalho, da Plataforma de Oposição ao futuro Biotério de Azambuja, um projeto da Fundação Champalimaud.
Apesar de a investigação científica continuar a exigir o uso de animais, os dois investigadores defenderam que tem havido em Portugal uma evolução quanto às práticas utilizadas.
“Verifica-se um interesse dos investigadores em melhorar a sua prática”, disse Anna Olffon, que dá formação em ética animal a outros cientistas.
A Lusa aguarda uma resposta da DGV às críticas dos investigadores. Cabe à DGV a fiscalização, não só das práticas dos cientistas - se devem ou não recorrer a animais ou outras alternativas -, mas também das condições de alojamento dos animais nos biotérios, cerca de uma dúzia em Portugal, nem todos licenciados.
O Dia Mundial do Animal de Laboratório assinala-se no sábado para recordar os milhões de animais que todos os anos são utilizados e mortos em experiências científicas.
Em Lisboa, o dia será assinalado com uma marcha contra a construção do biotério da Azambuja, um projeto das Fundações Gulbenkian e Champalimaud e da Universidade de Lisboa que prevê a instalação de dezenas de milhares de jaulas para animais destinados à investigação científica.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***"
In Correio do Minho
“A Direção Geral de Veterinária [DGV] tem poucos recursos para avaliar o bem-estar animal nos biotérios e licenciar os biotérios”, afirmou à agência Lusa Anna Olffon, especialista em ética animal e investigadora do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC), onde integra a comissão de ética local.
Tendo em conta a demora da intervenção da DGV, a investigadora considera que existe em Portugal “o risco de os projetos avançarem sem autorização da DGV”, apesar de afirmar que o problema não está nas más práticas científicas, mas antes nas condições de bem-estar dos animais nos biotérios, ou viveiros para animais de laboratório.
Também João Relvas, investigador do IBMC na área do desenvolvimento do sistema nervoso, defende que “deveria haver mais fiscalização”.
A falta de fiscalização leva a que, por vezes, experiências em que existem alternativas ao uso de animais continuem a ser feitas com recurso animais, sobretudo em experiências básicas que não se destinam a comprovar hipóteses colocadas pelos cientistas, defendeu Constança Carvalho, da Plataforma de Oposição ao futuro Biotério de Azambuja, um projeto da Fundação Champalimaud.
Apesar de a investigação científica continuar a exigir o uso de animais, os dois investigadores defenderam que tem havido em Portugal uma evolução quanto às práticas utilizadas.
“Verifica-se um interesse dos investigadores em melhorar a sua prática”, disse Anna Olffon, que dá formação em ética animal a outros cientistas.
A Lusa aguarda uma resposta da DGV às críticas dos investigadores. Cabe à DGV a fiscalização, não só das práticas dos cientistas - se devem ou não recorrer a animais ou outras alternativas -, mas também das condições de alojamento dos animais nos biotérios, cerca de uma dúzia em Portugal, nem todos licenciados.
O Dia Mundial do Animal de Laboratório assinala-se no sábado para recordar os milhões de animais que todos os anos são utilizados e mortos em experiências científicas.
Em Lisboa, o dia será assinalado com uma marcha contra a construção do biotério da Azambuja, um projeto das Fundações Gulbenkian e Champalimaud e da Universidade de Lisboa que prevê a instalação de dezenas de milhares de jaulas para animais destinados à investigação científica.
*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***"
In Correio do Minho
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