sexta-feira, 29 de abril de 2011

Imagino...

O que seria, viver num outro país; com outras pessoas, numa outra casa, com outro jardim, outras flores, diferentes amores, outros amigos, outros sonhos e realizações... Outras razões, outras dores na alma, com paz de espírito, sem ânsias, diferentes medos, correndo outros riscos, experimentando outros sabores, debaixo de um diferente céu, outros aromas, diferentes sorrisos e paixões... Leituras que me levassem por outros caminhos e aventuras... Diferentes heróis, outras películas de vidas desconhecidas, outras observações, outras sensações, diferentes pensamentos e divagações, desfrutar de outras poesias escritas por distintos autores,  outras bandas sonoras... Experimentando outras saudades de outras ausências que arrastam outros sentimentos, que carregam diferentes carinhos, outras ilusões, diferentes expectativas e emoções, noutras escolhas, em distintas esperanças...rumo a novas fantasias...
Imagino como seria ter uma outra vida, condicionada por diferentes decisões e opções, encerradas num mesmo eu...que não seria concerteza, este eu, que conheço...

"Sometimes I Wonder"...

terça-feira, 26 de abril de 2011

Lost in Translation...

Sempre que vou a um sítio contra a minha vontade,arrependo-me. Normalmente quando digo a primeira vez: "Não quero!" , é porque não quero mesmo.
Festas ruidosas, as pessoas querem falar comigo e nem sempre me apetece. Porque é que hei-de ir? As conversas trocam-se, uma pessoa ao fundo da sala suga-me a alma com o olhar enquanto mais duas me enchem de futilidades. O tamanho do sapato, o preço da renda, a comida do cão, o batom vermelho que sujou a camisa da H&M,o trânsito na A3, a nova relação da vizinha divorciada e a má ou boa vida sexual. A certa altura, acho que já não oiço ninguém. A minha cabeça abana automaticamente dizendo que sim e o meu braço repousa no balcão segurando num cigarro. A minha boca prefere fuma-lo do que motivar mais conversas dessas.
Os tipos do costume elogiam, querem uma queca, querem uma relação,sei lá.Aposto mais na primeira.
Sabem que nunca acontece nada,mas insistem em pendurar-se ao meu lado com aquele cheiro intenso a perfume,conversa que não me convencia nem que eu estivesse a 7 metros abaixo da terra a suplicar por oxigénio.
Digo que vou à casa de banho sem ter sequer vontade de urinar. Pouso o copo quase só com gelo em cima do lavatório, abro a mala e retoco a maquilhagem sem saber bem para quê. Para estar bonita? Para agradar alguém? Para ocupar mais uns minutos sem as aturar? Porque sim? Lavo as mãos e volto a sair.
Todos dançam à minha volta com uma necessidade extrema de serem visto,elogiados.
Amanhã todos vão ter fotografias no facebook e vão dizer exageradamente que foi a melhor noite das suas vidas,que são tão felizes, que tudo é perfeito e estão cheios de amigos.
Fico contente quando mesmo no meio da futilidade encontro um amigo e me diz: “Di,há tanto tempo!Está tudo bem contigo?” respondo sempre que sim. Tudo óptimo.A minha vida tem pouco interesse,pelo menos eu quero que tenha na vida dos outros. Dou-lhe dois beijos e talvez um abraço,sorrio e continuo a minha vida.Entretanto mais alguém me reconhece e vem falar comigo,paga um copo,faz perguntas,o normal.Pedem-me favores, número de telefone, perguntam-me se tenho um cigarro,se quero ir a tal lado a seguir,entre Smiths e Joy Division, entre cerveja e um sorriso.
Mais umas horas passam, o meu corpo permanece iluminado pelas cores das luzes que se destacam no meio da escuridão daquele bar. Todos usam óculos em massa pretos,todas querem camisas de ganga e leggins floridos, saltos altos, batons vermelhos e unhas coloridas,azul,verde,rosa,tons pastel,lenços tigrados e todas querem ser diferentes usando coisas iguais.Não é estranho fazermos isto?
Bem,de qualquer forma penso para mim o quanto é triste alguém ter de se anular para pertencer a alguma coisa nesta bagunça a que chamam de mundo. Eu também gosto de óculos em massa pretos,também uso raybans e essas tretas. A questão é que eu não preciso de me justificar permanentemente, nem explicar todos os dias o que sou.Eu sou e ponto.Acabou a conversa.Sei lá se sou interessante assim,se calhar ninguém me acha piada nenhuma,se calhar destaco-me,se calhar não,mas não consigo anular o que sou.
Não quero sair, prefiro ficar a ouvir jazz e a comer brownies. (...)


Por "Di", mas podia ser meu...

Soneto de Devoção

Amo-te tanto meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te enfim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.



(Vinícius de Morais)

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Liberdade...

Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.

O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca...


Fernando Pessoa


sábado, 23 de abril de 2011

Pensava às vezes...

Ele parou a meu lado, cabisbaixo. Parecia mais pequeno ainda. A barba tinha tons azulados na cara dele:
– Pois é… Nisso é que está o mal. Todos vão vivendo, sem se darem conta de nada, sem verem a miséria que há. E, mesmo que não houvesse miséria, serem verem a exploração do homem pelo homem, em que vivem e de que vivem.
Levantou a cabeça para mim, e havia nos seus olhos um tom líquido que me perturbou:
– Tu já pensaste como vivem aqueles pescadores? E a gente do campo? E os operários? Tu já pensaste?
Pensara às vezes.
Jorge de Sena, Sinais de Fogo

quinta-feira, 21 de abril de 2011

"Ultimamente só me saem coisas destas que nem (me) entendo"

Para quê ficar se te vais embora? Porque é que me pedes para não ir quando sabes que também já não estou aqui há muito? Demasiado talvez. Como é que me tentas encontrar se nem eu própria sei onde estou? Sempre fomos assim. Sempre achámos perfeitos os defeitos um do outro. Sempre nos encontrámos nos desencontros do mundo, como se o destino nos empurrasse em direcções opostas. E somos felizes assim. Descobri que eras tu quando comecei a passar mais tempo em ti que em mim. E sou feliz em ti. Não me entendo. Nem tu a mim. Gosto de ti por isso.


Por June

terça-feira, 19 de abril de 2011

Relatividades...

Lembrar-me que inevitavelmente terei que morrer é a mais importante ferramenta que eu alguma vez encontrei para me ajudar a fazer as grandes escolhas na vida. Porque praticamente tudo - todas as nossas expectativas externas, todo o nosso orgulho, todo o nosso medo do embaraço ou fracasso - todas estas coisas simplesmente caem em face da morte, deixando apenas aquilo que é realmente importante. Lembrares-te que mais cedo ou mais tarde vais morrer é a melhor forma que eu conheço de evitar a armadilha de que temos alguma coisa a perder. Nós já estamos nus. Não existe nenhuma razão para não seguirmos o nosso coração.

Steve Jobs

domingo, 17 de abril de 2011

Apenas isto...

É só isto que tenho dentro de mim.
Não sei se quero que o tempo passe rápido ou se pare algures num dia destes.
Só sei que, até lá, parte de mim nem respira... espera, anseia, suspira... questiona a razão de ser das coisas, se existe... um significado, pouco importa...
Alturas há, em mim, em que se pensa no prazer de pensar e outras em que se teima em seguir os desígnios do coração e vivo, no momento, intensamente o momento, agarro-o, não deixo que se perca e suma...

Sinto algures tudo e nada, perco-me na confusão das ideias e procuro novos caminhos, sem medo do que é novo e da mudança. Arrisco, enfim...

Entrego-me aos sentimentos e às emoções, por inteiro, de outra forma não sei ser... Busco nas palavras o aconchego à alma, para que não sinta o pesar da saudade, das pessoas e do tempo.

Existe em mim um espírito livre e solitário, que persiste e resiste... não verga, é essência do que sou, residente da minha autenticidade... E na efemeridade da minha realidade, sei que posso sempre recomeçar.

...É isto que trago dentro de mim, num bocadinho de mim...



sexta-feira, 15 de abril de 2011

Música.

Um amigo dizia-me ontem que não percebe como é que "há pessoas que dizem que não ligam à música". Eu também não. Para mim, música é essencial. E nada substitui aquele prazer de ouvir uma música que nos toca as entranhas, a descoberta de uma música que ainda não conhecíamos e que, ao ouvir pela primeira vez percebemos logo que veio para ficar.
Ou ouvir pela 1762349ª vez aquela música que sempre foi "nossa" e bate sempre da mesma forma, mexendo com os nossos sentidos, a nossa cabeça, a vida que somos durante o tempo em que cantamos aquilo, em feliz desafinar.
Para mim é como respirar. Música é essencial. Todos os dias.

Por Pedro Ribeiro

Para mim, é exactamente a mesma coisa...preciso de música para respirar...


quarta-feira, 13 de abril de 2011

(...) Segundo Nietzsche a vida é um eterno retorno, porque precisamos, temos a obrigação de errar e voltar a errar quantas vezes for necessário desde que não cometamos o primário erro humano de levarmos uma vida dentro de um ciclo de mesmices. Esta teoria de Nietzsche nos convence, em suma, a levarmos uma vida de liberdade, uma vida que valha a pena ser vivida.(...)

(…) Esses sonhos eram belos. Esse é um aspecto que escapou a Freud na sua teoria dos sonhos. O sonho não é apenas uma comunicação, é também uma actividade estética, um jogo da imaginação, e esse jogo tem em si mesmo um valor. O sonho é a prova de que imaginar, sonhar com aquilo que não aconteceu, é uma das mais profundas necessidades do homem. Eis aí a razão do perigo pérfido que se esconde no sonho. Se o sonho não fosse belo, poderia ser rapidamente esquecido.(...)

(…) Olhava para ele com amor, mas temia a noite que ia chegar, tinha medo de seus sonhos. Sua vida se partira em duas. A noite e o dia disputavam o poder sobre ela.(...)

(...) Eu poderia dizer que a vertigem é a embriaguez causada pela própria fraqueza. Temos consciência da nossa própria fraqueza e não queremos resistir à ela, mas nos abandonar à ela. Embriagamo-nos com nossa própria fraqueza, queremos ser mais fracos ainda, queremos desabar em plena rua à vista de todos, queremos estar no chão, ainda mais abaixo do chão. (...)


Milan Kunder, "Insustentável Leveza do Ser".


terça-feira, 12 de abril de 2011

Morte lenta.

Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos,
quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
quem faz da televisão o seu ídolo.
Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o preto no branco
e os pingos sobre os "is"
em detrimento de um redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite, pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente
quem passa os dias a queixar-se
da sua má sorte ou da chuva incessante.

Morre lentamente
quem abandona um projecto antes de o iniciar,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando o indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos
um estágio esplêndido de felicidade.

Pablo Neruda

domingo, 10 de abril de 2011

"Carta para nenhum alguém" ...

Tenho uma página em branco e os olhos pregados nela há três quartos de hora. Queria falar-te de tudo mas acabo por não conseguir falar de nada, como de costume, percebes? Pois, eu também não. Devia ir dormir, desocupar a cabeça do lixo, perdão, de ti, que me vagueias na mente todos os dias sem folgas, mas tenho medo que os pesadelos sejam ainda piores que os filmes que faço acordada, como de costume. Podia estar a fazer inúmeras coisas tão mais úteis, mas continuo a escrevinhar numa página agora menos branca, como se ao escrever as coisas de forma diferente lhes pudesse alterar o sentido. Podia estar contigo, por exemplo. Gostavas de estar comigo agora? Pois, eu também. E estou. Comigo, logicamente. Gostava de te falar no nosso futuro juntos. Mas depois lembro-me que esse não vai existir e então fico sem assunto novamente. Já pensei em falar no passado mas para esse eram precisas demasiadas folhas em branco e, principalmente, demasiada paciência e tempo que não possuo. Para ti, como deves calcular. Já não tenho uma folha em branco, embora os meus olhos continuem pregados nela e os três quartos de hora se tenham estendido por mais dois. Não te falei de tudo nem de nada, falei, apenas porque me apeteceu que me ouvisses, que é como quem diz, chatear-te. Devia ir sonhar (ainda não inventaram verbos para quem tem pesadelos e também não me apetece inventar nenhum as estas horas) contigo mas estou a passar tempo de qualidade comigo. A falar de ti, no entanto. Sádico. Sabes onde me encontrar, não sabes? Pois, eu também não.

By June

Não sei...

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu?"
Deus sabe, porque o escreveu.

Alberto Caeiro

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O rebanho é os meus pensamentos...

Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.
Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.
Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.


Alberto Caeiro, "O Guardador de Rebanhos"

quarta-feira, 6 de abril de 2011

A diferença nas coisas...


... para mim, e cada vez mais, o sexo é apenas a sublimação do amor e não apenas a satisfação de um desejo carnal, fazer sexo apenas para satisfazer instintos primários é tão recompensador como comer um algodão doce... Sabe bem na altura mas depois, assim que acaba, tudo o que fica é um vazio no estômago (e na alma)

...agora, o fazer sexo com a pessoa amada... é libertação transcendental, é superação, é sublimação, é superação... devia ser um acto assoberbado, sôfrego e atropelado de dois corpos que lutam para dar o máximo prazer possível ao outro e para se entregarem da forma mais etérea que for possível e aí, nada bate o sexo incendiado pela paixão, mais do que o sexo maturado por um amor de anos....

É diferente, é igualmente bom, mas perde aquele carácter de urgência que a paixão acarreta consigo e que faz com que cada menear de ancas pareça a última coisa que vamos fazer neste mundo.... não há a urgência do tempo nem tão pouco a imposição de um sentimento maior que nos parece ultrapassar e que não conseguimos controlar, porque a paixão é isso mesmo, é descontrolo e amor maduro já tem muito de racional...
 

segunda-feira, 4 de abril de 2011

..."as palavras e a poesia podem mudar o mundo."...

Não deixes que termine o dia sem teres crescido um pouco, sem teres sido feliz, sem teres aumentado os teus sonhos. Não te deixes vencer pelo desalento. Não permitas que alguém retire o direito de te expressares, que é quase um dever. Não abandones as ânsias de fazer da tua vida algo extraordinário. Não deixes de acreditar que as palavras e a poesia podem mudar o mundo. Aconteça o que acontecer a nossa essência ficará intacta. Somos seres cheios de paixão. A vida é deserto e oásis. Derruba-nos, ensina-nos, converte-nos em protagonistas de nossa própria história. Ainda que o vento sopre contra, a poderosa obra continua: tu podes tocar uma estrofe. Não deixes nunca de sonhar, porque os sonhos tornam o homem livre.” 

Walt Whitman.


Informações úteis...

Está "online", o directório que reúne informação, relativa a todas as Associações e Grupos de Protecção Animal do país...
"Novidades e Actualizações no Blog Directório Animal:

http://directorioanimal.blogspot.com/

Directório de Associações de Animais em Portugal está já online:

https://sites.google.com/site/directorioanimal/
(Em constante actualização de Associações)

Se souber de alguma associação de animais ou grupos de Ajuda Animal que não esteja na lista mande  e.mail para: apeloanimal@gmail.com"

 -------------------

"Através de uma resolução publicada, esta segunda-feira, em Diário da República, a Assembleia da República (AR) avança um conjunto de recomendações ao Governo com o objectivo de criar uma nova política de controlo das populações de animais errantes, promovendo "o não abate" daqueles que estão nos centros de recolha oficiais." ...

Fonte e desenvolvimentos aqui  - Jornal de Notícias.


domingo, 3 de abril de 2011

Gosto das palavras com sabor...

Quanto a mim gosto das palavras que sabem a terra, a água, aos frutos do Verão, aos barcos no vento; gosto das palavras lisas como os seixos, rugosas como o pão de centeio. Palavras que cheiram a feno e a poeira, a barro e a limão, a resina e a sol. Foi com essas palavras que fiz os poemas. Palavras rumorosas de sangue, colhidas no espaço luminoso da infância, quando o tempo era cheio, redondo, cintilante. As palavras necessárias para conservar ainda os olhos abertos ao mar, ao céu, às dunas, sem vergonha, como se os merecesse, e a inocência pudesse de quando em quando habitar os meus dias. As palavras são a nossa salvação.

Eugénio de Andrade

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Woody Allen ...

Na minha próxima vida, quero viver de trás para frente.
Começar morto, para despachar logo o assunto.
Depois, acordar num lar de idosos e ir-me sentindo melhor a cada dia que passa.
Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a reforma e começar a trabalhar, recebendo logo um relógio de ouro no primeiro dia.
Trabalhar 40 anos, cada vez mais desenvolto e saudável, até ser jovem o suficiente para entrar na faculdade, embebedar-me diariamente e ser bastante promíscuo.
E depois, estar pronto para o secundário e para o primário, antes de me tornar criança e só brincar, sem responsabilidades. Aí torno-me um bébé inocente até nascer.

Por fim, passo nove meses flutuando num "spa" de luxo, com aquecimento central, serviço de quarto à disposição e com um espaço maior por cada dia que passa, e depois - "Voilà!" - desapareço num orgasmo.

Woody Allen