quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Como podemos nós?...

Como podemos nós, achar, que um animal é uma coisa, nada mais que um objecto, uma jarra, um pau?

Como podemos nós, considerar que um cão ou um gato, não sente frio no gélido Inverno, que não sente sede, que não sente fome, que resiste ao intenso calor, que não padece de tristeza, ou pula de alegria, que não sente...?

Como podemos nós, achar, que um cão vive bem e feliz, acorrentando uma vida inteira a um cadeado, como se estivesse a cumprir pena de um crime que não cometeu, privado de uma réstia de liberdade?

Como podemos nós considerar, que uma cadela vive serena e lhe apraz ter "ninhandas" de 6 em 6 meses, que gosta de ser constantemente perseguida por matilha de machos (que se ferem nas constantes lutas...), em tempos de cio e por fim, assistir impotente à não sobrevivência dos seus filhotes...?

Como podemos nós, achar, que é engraçado ver as fêmeas terem os seus bebés, porque são pequeninos e engraçados e depois, quando deixarem de o ser, afogam-se no rio, ou depositam-se nos contentores do lixo?

Como podemos nós, espancar, pontapear, queimar um animal, só porque ele está ali, só porque existe e porque o dia nos correu menos bem?

Como podemos nós, comprar animais, a lojas e criadores, quando temos tantos e tantos, a sobre-lotar abrigos de associações, ruas e canis municipais?

Como podemos nós, sustentar negócios ilegais e legais de venda de animais?

Como podemos nós, vestir "peles", que não as nossas, só porque sim, ignorando ou querendo ignorar, o terror que se esconde por detrás daquele bonito casaco?

Como podemos nós, olhar nos olhos de um cão e deixá-lo ficar num canil municipal, condená-lo a uma morte, quase certa e "sofrida"?

Como podemos nós, ser tão frios ao ponto de receber as lambidelas de carinho de um animal e larga-lo à sua sorte, numa qualquer rua, que para o cão ou gato é só e apenas o deserto...?

Como podemos nós, enjaular um cão, só para o tornar um excelente caçador, e se frustrar as expectativas, o caminho será a "selva"?

Como podemos nós, recriminar outras culturas, porque sacrificam em praça pública animais, em função das suas crenças, quando nós também temos telhados de vidro?

Como podemos nós, acreditar que uma cadela/cão, um gato...podem estar melhor se não forem esterilizados ou castrados, considerando neles os nossos receios ou complexos, julgando a situação, em nós?

Como podemos nós, achar, que é melhor vê-los feridos, famintos, doentes, escorraçados, perdidos, desesperados pelo abandono, ao invés da prevenção pelo controle da sua população?

Como podemos nós, achar, que os devemos ignorar, nada fazer por eles, porque no mundo crianças passam fome?

Como podemos nós, achar, que no nosso país eles até são bem tratados", são apenas animais?

Como podemos nós, viver pacificamente, dormir sem pesadelos, quando enfrentamos a realidade de frente?

Como podemos nós, não reagir e agir, quando as promessas não se cumprem?


Como podemos nós, cidadãos, desistir de lutar pelos seus direitos, direito a não ser considerado uma coisa, um objecto, só porque a luta é difícil, porque é mais fácil desistir e porque as políticas e as mentalidades tardam em mudar?

...

Como podemos nós, achar, que sairemos impunes de tanta barbaridade?






Se quiser um animal, tem por exemplo, o canil municipal da Maia, aí encontra entre outros, a
Caramela, já lá está depositada há meses, está no fim da linha da sua curta vida...Por isso, não compre, adopte a Caramela!


Contactos:
Canil Municipal da Maia
Rua da Estação 4470 Maia
Tel.: 229.408.661
E.mail:
ameliasousa2006@gmail.com

..."Esse momento pode ser um desgosto enorme para muitos donos e as suas famílias, mas eu acredito que os animais entram nas nossas vidas para nos ensinar, entre outras coisas, que o envelhecimento e a morte são coisas naturais, que durante a nossa existência devemos encarar e aceitar a morte como apenas mais uma fase do ciclo de vida da natureza. Os cães honram a vida e convivem bem com a morte. Na verdade encaram-na muito melhor do que nós.
Nesse aspecto deveríamos pensar neles como nossos professores. A sua sabedoria natural pode confortar-nos quando tiver-mos de enfrentar as nossas próprias, humanas, fragilidade e morte."...

Do livro "A Paixão de César"

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