quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Sonhei contigo...

Sonhei contigo embora nenhum sonho 
possa ter habitantes tu, a quem chamo 
amor, cada ano pudesse trazer 
um pouco mais de convicção a 
esta palavra. É verdade o sonho 
poderá ter feito com que, nesta 
rarefacção de ambos, a tua presença se 


impusesse - como se cada gesto 
do poema te restituisse um corpo 
que sinto ao dizer o teu nome, 
confundindo os teus 
lábios com o rebordo desta chávena 
de café já frio. Então, bebo-o 
de um trago o mesmo se pode fazer 
ao amor, quando entre mim e ti 
se instalou todo este espaço - 
terra, água, nuvens, rios e 
o lago obscuro do tempo 
que o inverno rouba à transparência 
da fontes. É isto, porém, que 
faz com que a solidão não seja mais 
do que um lugar comum saber 
que existes, aí, e estar contigo 
mesmo que só o silêncio me 
responda quando, uma vez mais 
te chamo.


Nuno Júdice

Turismo que sustenta o horror...

Há coisas que realmente ultrapassam a minha capacidade de compreensão e esta é uma delas; como podem as pessoas dizer que gostam de animais, que são activistas, sensíveis à causa e depois se deslocam a países asiáticos ou africanos, como a Índia, Nepal, Tailândia, Indonésia e afins e se apaixonam por estes países. Isto só me leva a pensar que lá vão sem a mínima consciência do que se passa à sua volta, pois adoram tirar fotografias em cima de elefantes ou camelos em passeios pelas respectivas localidades e acham muita piada aos macacos e ursos que nas ruas fazem habilidades, presos a correntes ou enjaulados...será que nunca pensam no que está por trás de tudo aquilo, daquele negócio sustentado pelo turismo em que animais são sacrificados, mal tratados, negligenciados, explorados para turista ver! 


Poderão dizer que "Ah, se for assim não se visita país algum, porque em todos há exploração animal...". Claro que sim, em todo lado existe gente de bom e mau carácter, mas existem países como os referidos que exploram estes pobres animais selvagens explicitamente para alimentar um turismo de diversão, sustentado no horror e sofrimento, onde não existem leis e sensibilidade alguma para com os direitos dos animais. Países há em que isto não acontece, portanto, minha gente, não sejamos hipócritas, porque para mim isto é comodismo e cinismo... Não argumentem, pelo menos, que gostam e são sensíveis aos direitos dos animais... por uma questão de coerência e inteligência.

Para sustentar os meus argumentos aqui fica um testemunho: assinem, com consciência... - Cruel Training of Nepal Elephants Exposed


...Já para não falar nos animais domésticos, um exemplo na Índia - Save the dogs from the GHMC pound from hell

terça-feira, 30 de agosto de 2011

..."e então é que se envelhece de verdade"...



Uma pessoa envelhece lentamente: primeiro envelhece o seu gosto pela vida e pelas pessoas, sabes, pouco a pouco torna-se tudo tão real, conhece o significado das coisas, tudo se repete tão terrível e fastidiosamente. Isso é também velhice. Quanto já sabe que um corpo não é mais que um corpo. E um homem, coitado, não é mais que um homem, um ser mortal, faça o que fizer… Depois envelhece o seu corpo; nem tudo ao mesmo tempo, não, primeiro envelhecem os olhos, ou as pernas, o estômago, ou o coração. Uma pessoa envelhece assim, por partes. A seguir, de repente, começa a envelhecer a alma: porque por mais enfraquecido e decrépito que seja o corpo, a alma ainda está repleta de desejos e de recordações, busca e deleita-se, deseja o prazer. E quando acaba esse desejo de prazer, nada mais resta que as recordações, ou a vaidade; e então é que se envelhece de verdade, fatal e definitivamente.

Sándor Márai, As velas ardem até ao fim

domingo, 28 de agosto de 2011

The Whistleblower


Filme obrigatório, mas só para quem não possua um estômago sensível...



Ano: 2010
Realizador: Larysa Kondracki
Actores: Rachel Weisz, David Strathairn

Naquilo que me lembro de ser o meu tempo de vida, nunca distingui o cerne do objectivo dos discursos do sr. Kofi Annan e do sr. Ban Ki Moon, os dois "bosses" das Nações Unidas que me lembro de conhecer. E nunca os distingui porque via neles o arquétipo da ideologia vã, carregada de clichés, hipocrisia e muita ineficiência (que, talvez, até seria estudada) perante os diversos desastres que foram assolando o mundo e que, consecutivamente, gritavam por uma intervenção mais eficaz deste organismo.

Lamentavelmente, este é o filme que vem confirmar estes receios e incertezas ao expôr um escândalo do qual, francamente, não tinha qualquer ideia de ter acontecido, provavelmente por ter sido eficazmente encoberto pelas entidades "competentes" e que acaba por pôr ilustrar aquilo que as Nações Unidas não são, ao focar-se no tráfico de mulheres na ex-Jugoslávia do pós-guerra. Uma oficial de polícia competente e séria descobre a careca da podridão e luta para expôr o escândalo, não obstante os óbvios perigos a que se sujeita.

Este é a primeira longa-metragem da realizadora que, na primeira meia hora, exibe um estilo um bocado lento, errático e errante de direcção, o que dá a entender que a protagonista anda um bocado às aranhas de um lado para o outro. No entanto, rapidamente encarrila para um filme obscuro, negro e que expõe em toda a sua plenitude um dos mais problemáticos cancros da sociedade actual, cuja difícil resolução e luta titânica contra os lobbies e poderes vigentes acabam por, num momento climático, levar a protagonista e o espectador a exasperar de frustração perante a dimensão do problema aparentemente irresolúvel que está em jogo.

Podia, em alguns momentos, ser um filme mais cirúrgico, mas a forma gráfica e explícita como abre os olhos para este problema e a coragem que demonstra em chamar os bois pelos nomes é inédita em todo o cinema que já vi e, só por isso, trata-se de um filme absolutamente imprescindível de ser visto e digerido por todos aqueles que gostam de cinema e que têm consciência social, cívica e... humana.

Fonte: Movie Pit

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

"Ando fartinho de Malato, Fernando Mendes e touradas"

"Que a RTP é uma espécie de buraco sem fundo onde o dinheiro desaparece acho que é consensual. Um sorvedouro imparável. Uma catarata de desperdício. O serviço público que presta anda entre a inexistência (salvo raras - e honrosas - excepções) e a mediocridade. Saltita entre as tardes do Fernando Mendes com piadas de algibeira (açúcar, suspensórios, gordo para aqui e para ali...) e as noites intensas de felicidade histriónica de Malato, que ao que parece já foi feliz em quase todos os cantos do Planeta. O Google Earth até está a pensar marcar com bandeirinhas estes locais. O planeta vai parecer a zona de campos de golfe da Quinta da Marinha." (...)

Fonte e desenvolvimento, aqui - "Expresso"

Assino por baixo palavra por palavra...!

...



AS portas; confesso que gosto de as ter abertas, a todas... portas fechadas, dão-me sempre a sensação de claustrofobia...prefiro a liberdade das portas escancaradas...Mas admito, que nos protegem, permitem que ao fim do dia, possas bater com elas e que te refugies das angustias, dos medos, inseguranças, dos problemas das amarguras. Elas têm em si, esse beneficio: separam-nos de tudo e sobretudo, transmitem-nos a possibilidade  de segurança.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

pictures and words...



I'd like to share a revelation that I've had during my time here. It came to me when I tried to classify your species and I realized that you're not actually mammals. Every mammal on this planet instinctively develops a natural equilibrium with the surrounding environment but you humans do not. You move to an area and you multiply and multiply until every natural resource is consumed and the only way you can survive is to spread to another area. There is another organism on this planet that follows the same pattern. Do you know what it is? A virus. Human beings are a disease, a cancer of this planet. You're a plague and we are the cure. 

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Lamentável...

ACTUALIZAÇÃO no dia 29 de Agosto: "ONG é novamente autorizada a entrar em canil para tratar animais" - Desenvolvimento aqui - ANDA - Agência de Notícias de Direitos Animais


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 É com um grande pesar que informamos que a ABRA foi hoje proibida, pela AGERE, de entrar no Canil Municipal de Braga. Após seis anos de deslocações diárias ao canil para assegurar as condições fundamentais de higiene, alimentação e assistência médico-veterinária, hoje fomos impedidos de aceder às instalações do Canil Municipal para prestar os cuidados habituais aos animais que lá se encontram depositados.

Os passeios diários, os cuidados com a alimentação, os cuidados médico-veterinários, os mimos que muitos deles nunca sentiram em toda a sua vida, deixaram de estar assegurados.

Ontem o canil ficou completamente cheio, com 33 cães (para um total de 24 boxes) e 3 gatos (para um total de 10 boxes). Hoje desconhecemos em que condições se encontram os animais que lá permanecem. Sabemos, contudo, que ao fim-de-semana a AGERE não disponibiliza nenhum funcionário para o canil, pelo que é certo que os animais não terão, sequer, acesso a comida e a água, o que poderá ser letal, tendo em conta as altas temperaturas previstas para o fim-de-semana na região de Braga.

A partir de Segunda-feira os animais que entrarem no canil não terão direito aos cuidados que a ABRA se empenha em proporcionar. Em muitos casos, ter ração disponível não significa serem alimentados, pois muitos animais entram no canil completamente apavorados e não comem por iniciativa própria. Para esses casos, os voluntários levavam arroz com frango para tentar que não sucumbissem a doenças por falta de alimento. O mesmo era feito para os cachorros, que muitas vezes entram sem progenitores e nos próximos dias não vão ter quem os ensine a comer. Os cuidados médico-veterinários básicos deixarão de existir. Não estará também garantida a separação, dentro do canil, de machos e fêmeas ou de animais que não se dêem bem, evitando assim eventuais acasalamentos e lutas. Os animais deixarão de poder ser divulgados pela ABRA, uma vez que não será possível tirar fotografias. Deixarão, portanto, de ter um nome e um rosto, passando a meras estatísticas num país que ainda escolhe o abate como prática para diminuir a sobrepopulação de animais errantes.

Lamentamos que, os/as fomentadores/as das inúmeras polémicas criadas nas redes sociais não tenham ponderado as consequências das suas acções. Não foi a ABRA que perdeu: foram os animais que perderam a alimentação, os cuidados de higiene, o mimo e a atenção diários. Foram eles que perderam a oportunidade de serem divulgados para passarem a estar condenados a um abate certo depois de uma estadia no canil que será, em muitos casos, penosa e sem dignidade.

Porque conhecemos a dura realidade do Canil de Braga antes da existência da ABRA, estamos conscientes do sofrimento diário que a nossa ausência provocará a todos os animais que lá se encontram e a todos os que tiverem o infortúnio de dar entrada no canil no futuro.

Ignoramos, de momento, até quando se manterá a proibição e/ou se a mesma será permanente, uma vez que a AGERE protelou, para o decurso da próxima semana, a decisão final sobre a permanência da ABRA no canil.

Sabemos apenas que, pelos animais, não desistiremos.

Braga, 20 de Agosto de 2011,
A Direcção da ABRA

domingo, 21 de agosto de 2011

Amar...


O acto de amor, por exemplo, é uma confissão. Aí o egoísmo grita, ostensivamente, a vaidade pavoneia-se ou então revela-se aí a verdadeira generosidade.

Albert Camus, A Queda.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

..."Arre, estou farto de semideuses!"...


Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo...


Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda...


Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.


Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma covardia!
Não, são todos o Ideal, se os ouço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,


Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?


Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?


Fernando Pessoa

terça-feira, 16 de agosto de 2011

..."também em frente do sofrimento do mundo nos revoltamos com paixão."...



Foto, retirada do jornal "Globo" - Somália

Quem procura uma relação justa com a pedra, com a árvore, com o rio, é necessariamente levado, pelo espírito de verdade que o anima, a procurar uma relação justa com o homem.
Aquele que vê o espantoso esplendor do mundo é logicamente levado a ver o espantoso sofrimento do mundo. Aquele que vê o fenómeno quer ver todo o fenómeno.
É apenas uma questão de atenção, de sequência e de rigor.
E é por isso que a poesia é uma moral. [...]
Se em frente do esplendor do mundo nos alegramos com paixão, também em frente do sofrimento do mundo nos revoltamos com paixão.
[...]
O facto de sermos feitos de louvor e protesto testemunha a unidade da nossa consciência.

Sophia de Mello Breyner Andresen, Arte Poética II

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

..."Sei que tudo é definitivo e nada é eterno."...


Debaixo da roupa, estamos todos nus

Estava na Alemanha, num encontro de escritores, e, todas manhãs, no pequeno-almoço do hotel, havia uma mesa de homens portugueses. Em voz alta, acreditando que ninguém os entendia, libertavam-se a contar as suas aventuras com prostitutas polacas e os seus negócios de Mercedes em segunda mão. Num desses dias, um deles apontou para a minha orelha e disse: olha para este, parece que caiu em cima de um monte de pregos.

Noutra ocasião, estava no Luxemburgo, também num encontro de escritores. Preparava-me para almoçar, conversava com um poeta holandês, enquanto dois homens iam servindo salada em todos os pratos da mesa. Um deles chegou perto de mim e, em português, disse ao outro: olha para este animal, tem o braço todo o sujo. Dessa vez, não fiquei em silêncio. Disse-lhe: por acaso, até tenho o braço bastante bem lavado. Mudou de cor.

Não preciso destes dois exemplos breves para saber aquilo que muitas pessoas pensam repetidamente, todos os dias, e que não me dizem por pudor. Desde que cobri o braço esquerdo com tatuagens que sei aquilo que sentem as mulheres com decotes. É muito frequente o olhar das pessoas que estão a falar comigo fugir-lhes para o meu braço. Depois, disfarçam. No caso dos piercings, é mais inconsciente. Estão a falar comigo e, de repente, começam a ter comichão na sobrancelha, exactamente no lugar do meu piercing.

Eu conheço bem a interpretação geral dos piercings (drogado/homossexual) e das tatuagens (drogado/presidiário). À minha frente, já se referiram aos meus piercings dezenas de vezes como "os brinquinhos". Já fui tratado com desprezo por dermatologistas que acharam que eu não tinha o direito de estar no seu consultório, por estas palavras. Já fui analisado por inúmeras mulheres, senhoras, que, como se estivessem a aproximar-se de uma ferida, perguntaram: isso dói?

Eu compreendo essas pessoas, tanto os putanheiros que negoceiam Mercedes, como as senhoras que comem palmiers na confeitaria. Compreendo até os dermatologistas. À sua maneira, cada um deles se sente rejeitado pelas minhas tatuagens e pelos meus piercings. Acreditam que eu não quero ser como eles, não quero ser eles. Têm de responder de alguma maneira a essa rejeição. É-lhes fácil encontrar falta de sentido em furar o corpo com uma agulha e colocar um pendente metálico ou em preencher uma parte da pele com cicatrizes cheias de tinta. Uma pergunta que também me fazem, visivelmente baralhados, é: porquê?

As razões não são simples e são demasiado íntimas. Não tenho de dá-las. Talvez seja necessário ser eu, estar no meu lugar e ter o meu nome para entendê-las por completo. Essa é a natureza da pele. Para nós próprios, a pele é aquilo que nos protege, a fronteira entre a nossa presença e o mundo físico, o aparelho sensível que capta a percepção daquilo com que interagimos. Para os outros, essa mesma pele é a nossa superfície, a aparência. E, já se sabe, a aparência é tão enganadora, a superfície é tão superficial.

Também é comum admirarem-se com o carácter definitivo das tatuagens, perguntarem-me se não tenho medo de me arrepender. Sorrio. Emociono-me com a inocência daqueles que não percebem que tudo é definitivo e deixa marcas. Eu escrevo livros. Sei que tudo é definitivo e nada é eterno.

Sim, dói fazer piercings e tatuagens. Não, não são uma picadinha e não, não são umas cócegas. Para quê fazê-lo? Já respondi, cada um terá as suas próprias razões. São individuais e ninguém deveria sentir-se ameaçado por elas. Quando pedi a opinião da minha mãe, uma mulher que nasceu no início dos anos 40 e que me trouxe ao mundo nos anos 70, ela respondeu: desde que não seja no meu braço, tudo bem. Fiquei feliz por ter a aprovação que realmente me importava. Tudo óptimo, mãe, é no meu braço.

Além disso, a vida. Na escola do meu filho, sou o pai tatuado que passa entre os pais de fato. No supermercado, sou aquele que é vigiado pelo segurança a pouca distância. No barbeiro, sinto o embaraço no momento de me tocarem na orelha. Mas, quando estaciono o carro, os arrumadores tratam-me sempre por tu e ninguém mete conversa comigo quando vou a uma bomba da gasolina às quatro da manhã.

Em casa, tomo banho. A água morna na minha pele. Deslizo as mãos pelo meu corpo. É meu. Estou dentro dele.


José Luís Peixoto, in revista Visão (Outubro 2010)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

para ti, tu sabes...

sabes...
como desejo que sejas  capaz de esquecer, deixar para trás um passado recente...não queria que te magoasse mais, queria que o deixasses ir...que ficasse fechado, onde tem que ficar ...entristece-me sentir que te corroí tanto, ainda...e que queres largar...mas não te permites...o orgulho...ferido...eu sei...como sei...é quase como um aloquete; que precisa da chave certa para se abrir e libertar...sei que tens a chave, mas que continuas preso ao sentimento que te entorpece a alma...a culpa? é minha, eu sei....mas não posso apagar este ano, o ano que a minha intuição pressentiu....mas não acabou ainda, espero que passe, rápido, não me vou despedir dele com saudade...mas alguém como tu, não poderia ser desiludido por alguém como eu...mas tu sabes, eu sou assim...tão imperfeita (tenho este meu jeito, tão estranho de ser...)...tu sabes....seja como for, ao contrário do que pensas, não é afeição...e tu sabes...estou aqui e espero pelo teu tempo, todo o meu tempo, que será por toda a minha vida se não demorares muito...(tal como alguém dizia...) espero por ti...tu sabes...

..."E a vida foi passando, foi passando..."...


Para te amar ensaiei os meus lábios...
Deixei de pronunciar palavras duras.
Para te amar ensaiei os meus lábios!

Para tocar-te ensaiei os meus dedos...
Banhei-os na água límpida das fontes.
Para tocar-te ensaiei os meus dedos!

Para te ouvir ensaiei meus ouvidos!
Pus-me a escutar as vozes do silêncio...
Para te ouvir ensaiei meus ouvidos!

E a vida foi passando, foi passando...
E, à força de esperar a tua vinda,
De cada braço fiz mudo cipreste.

A vida foi passando, foi passando...
E nunca mais vieste!

Pedro Homem de Mello

terça-feira, 9 de agosto de 2011

pictures and words...



Recomeçar...


Recomeça...
Se puderes,
Sem angústia 
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.


E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças...


Miguel Torga

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Como os animais incomodam os senhores "feudais" com casa na serra, a solução é abater a tiro...

"Cães selvagens na Arrábida preocupam moradores e autarquia

Moradores da Serra da Arrábida estão preocupados com a proliferação de matilhas de cães selvagens na zona e acusam associações de defesa dos animais de contribuírem para o aumento das matilhas ao darem alimentos.


"Há um problema muito grave aqui na Arrábida. Está absolutamente fora de controlo. Seguramente que há aqui mais de cem cães espalhados, de diferentes matilhas. É um problema grave de saúde pública porque estes cães são um predador que está no topo da pirâmide alimentar e dizimam toda a fauna local", disse à Agência Lusa o presidente do Clube da Arrábida, Pedro Vieira.
Este morador da zona adiantou que os cães começaram há cerca de dez anos por ser um "núcleo muito pequeno" de animais abandonados, mas hoje em dia são cães nascidos na serra com "comportamentos de lobos", dado que se cresceram em ambiente selvagem, sem contacto humano." ...


Fonte e desenvolvimento aqui - JN 

E se o aroma das férias durasse para sempre...