sexta-feira, 27 de julho de 2012

Países da África Central unem-se contra a caça furtiva.


Uma coligação entre 10 países da África Central anunciou nesta sexta-feira um novo plano de combate à caça furtiva devido à escalada da violência e crimes sobre a vida selvagem. Este projecto para os próximos cinco anos foi anunciado durante uma reunião da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (CITES), em Genebra, na Suíça.

Com um financiamento de aproximadamente 11,5 milhões de euros, os países-alvo, vão procurar financiar as agências policiais nacionais, criar patrulhas conjuntas entre os países que façam fronteiras, angariar mais informantes dentro do tráfego e reformular a legislação, para que seja mais apertada para os incumpridores. 

Este plano surge num momento muito delicado em que os ataques à vida selvagem e o nível de violência têm aumentado. Ainda na passada terça-feira, 30 elefantes foram massacrados no Chade por um grupo de milícias, deixando órfã uma cria com duas semanas. Em Março, cerca de 400 elefantes foram mortos em poucas horas num parque dos Camarões, por um gangue sudanês.

A população de elefantes na África Central, entre 1995 e 2007, diminuiu perto de 50%, principalmente devido à caça furtiva. Já a caça ilegal de rinocerontes aumentou 3.000% entre 2007 e 2011.

As vidas humanas também não têm escapado a estes “assaltos”. Em Junho, um ataque contra a reserva Okapi Wildlife , na República Democrática do Congo, causou a morte de sete pessoas. O ataque terá sido uma retaliação dos esforços da equipa de guardas florestais para impedir a caça ilegal e outras actividades ilícitas. Nos últimos dez anos, foram mortos 183 guardas dos parques da República Democrática do Congo.

Muitos investigadores afirmam que parte do problema está relacionado a pobreza e a instabilidade política instalada em muitos países-alvo. Este cenário faz com que crimes contra a natureza seja uma actividade altamente rentável e de baixo risco. 

Os 10 signatários da iniciativa são Burundi, Camarões, Chade, República Centro-Africana, Guiné Equatorial, República do Congo, República Democrática do Congo, Gabão, Ruanda e São Tomé e Príncipe.

Fonte: Ecosfera - Público

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