segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Lamentável...

ACTUALIZAÇÃO no dia 29 de Agosto: "ONG é novamente autorizada a entrar em canil para tratar animais" - Desenvolvimento aqui - ANDA - Agência de Notícias de Direitos Animais


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 É com um grande pesar que informamos que a ABRA foi hoje proibida, pela AGERE, de entrar no Canil Municipal de Braga. Após seis anos de deslocações diárias ao canil para assegurar as condições fundamentais de higiene, alimentação e assistência médico-veterinária, hoje fomos impedidos de aceder às instalações do Canil Municipal para prestar os cuidados habituais aos animais que lá se encontram depositados.

Os passeios diários, os cuidados com a alimentação, os cuidados médico-veterinários, os mimos que muitos deles nunca sentiram em toda a sua vida, deixaram de estar assegurados.

Ontem o canil ficou completamente cheio, com 33 cães (para um total de 24 boxes) e 3 gatos (para um total de 10 boxes). Hoje desconhecemos em que condições se encontram os animais que lá permanecem. Sabemos, contudo, que ao fim-de-semana a AGERE não disponibiliza nenhum funcionário para o canil, pelo que é certo que os animais não terão, sequer, acesso a comida e a água, o que poderá ser letal, tendo em conta as altas temperaturas previstas para o fim-de-semana na região de Braga.

A partir de Segunda-feira os animais que entrarem no canil não terão direito aos cuidados que a ABRA se empenha em proporcionar. Em muitos casos, ter ração disponível não significa serem alimentados, pois muitos animais entram no canil completamente apavorados e não comem por iniciativa própria. Para esses casos, os voluntários levavam arroz com frango para tentar que não sucumbissem a doenças por falta de alimento. O mesmo era feito para os cachorros, que muitas vezes entram sem progenitores e nos próximos dias não vão ter quem os ensine a comer. Os cuidados médico-veterinários básicos deixarão de existir. Não estará também garantida a separação, dentro do canil, de machos e fêmeas ou de animais que não se dêem bem, evitando assim eventuais acasalamentos e lutas. Os animais deixarão de poder ser divulgados pela ABRA, uma vez que não será possível tirar fotografias. Deixarão, portanto, de ter um nome e um rosto, passando a meras estatísticas num país que ainda escolhe o abate como prática para diminuir a sobrepopulação de animais errantes.

Lamentamos que, os/as fomentadores/as das inúmeras polémicas criadas nas redes sociais não tenham ponderado as consequências das suas acções. Não foi a ABRA que perdeu: foram os animais que perderam a alimentação, os cuidados de higiene, o mimo e a atenção diários. Foram eles que perderam a oportunidade de serem divulgados para passarem a estar condenados a um abate certo depois de uma estadia no canil que será, em muitos casos, penosa e sem dignidade.

Porque conhecemos a dura realidade do Canil de Braga antes da existência da ABRA, estamos conscientes do sofrimento diário que a nossa ausência provocará a todos os animais que lá se encontram e a todos os que tiverem o infortúnio de dar entrada no canil no futuro.

Ignoramos, de momento, até quando se manterá a proibição e/ou se a mesma será permanente, uma vez que a AGERE protelou, para o decurso da próxima semana, a decisão final sobre a permanência da ABRA no canil.

Sabemos apenas que, pelos animais, não desistiremos.

Braga, 20 de Agosto de 2011,
A Direcção da ABRA

2 comentários:

Carlota disse...

Mas o que aconteceu para haver esta proibição?

C. F. disse...

Não sei...Diz-se que tem a ver com calúnias levantadas na internet contra a Ass. ABRA...não sei se será verdade...O que sei é que mais vale a presença de uma associação num canil municipal(mesmo que não seja suficientemente eficaz...) que não existir nenhuma...São os animais as grandes vitimas, sempre!