sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

Simples Registos!

Passamos o tempo a complicar a vida, contudo, e ao que parece, é a simplicidade que dá sentido ao que vivemos. São os momentos simples que mais nos preenchem e triunfam na nossa memória;
(c) Mintegui

É aquele céu que o sol teima em “bronzear” a cada dia que finda, é o sabor do quente café ao abrir a fria manhã, é o cheiro das torradas pelos corredores da casa, é o vendedor de castanhas que ocupa com a sua baforeira a paisagem da baixa, é um beijo sentido, um sorriso profundo, um sono tranquilo, um animal acolhido, o afago de uma mão, o abraço de um amigo, o regresso a casa, o Porto sentido, a ribeira que se faz brindar com o refrescante verde vinho, a beleza espontânea de uma orquídea, sobrevoar montanhas e partir à descoberta do mundo errante, o capricho de um pedaço de chocolate que lentamente se derrete num interior oculto, a evasão de um fim de semana, a serenidade da correnteza de um rio, a neve que tinge o cinzento do dia, os ocres que pintam a cor da terra, a evidência de alguém, uma música que apetece dançar, a imprevisibilidade de um caminho, o nascimento que se prenuncia num segundo, a ambição de um sonho, a coerência de um sentimento, a lareira que aquece o escuro da sala, a palavra que dita o equilíbrio entre as razões, a genialidade do acto de criar... E sei lá quantas mais são, as reticências que terminam o incomplexo da nossa singular existência!

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