terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

"Esterilização obrigatória por Lei"

Porque apesar de poucos, felizmente os bons exemplos também existem em Portugal, um bem haja ao Drº Fernando Rodrigues, muito referenciado como exemplo a seguir, possivelmente para tantos outros seus colegas, que preferem fechar-se dentro da sua própria arrogância e inactividade, traduzindo-se em falta de interesse, vontade e insensibilidade...

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Este artigo, da autoria do Dr. Fernando Rodrigues, Médico Veterinário Municipal de Valongo, foi publicado no blog da ANVETEM (Associação Nacional de Médicos Veterinários dos Municípios).

No link que se encontra no fim do artigo, poderá ler a Tese de Mestrado do Dr. Fernando Rodrigues intitulada “"Estudo prévio para a implantação de um programa de controlo de reprodução em canídeos", que tem o maior interesse para a problemática de que nos ocupamos neste site.

Esterilização obrigatória por Lei

Estima-se que em Portugal serão mais de 100.000 os animais anualmente eutanasiados nos centros de recolha oficiais. Este número além de assustador em termos de ética social também o é em termos económicos. Por exemplo, o preço médio de recolha, alimentação, eutanásia e incineração de um canídeo médio ronda os 60 euros, ou seja, por ano em Portugal gasta-se 6 milhões de euros na captura e abate de errantes, sem que sejam estudadas formas de minorar este gasto económico e diminuir a perda de tantas vidas animais.

Através de estudos já realizados, conclui-se que a esterilização dos animais é o único processo que poderá diminuir de forma definitiva a reprodução dos animais. Para que surtam resultados médio/longo prazo, a esterilização deve ser executada na maioria dos animais. Para tal sou acérrimo defensor da esterilização obrigatória por Lei.

Contudo, a esterilização não deve ser unicamente imposta. A população detentora de animais deve ser sensibilizada para os seus benefícios em termos de saúde publica e de saúde do próprio animal, como a diminuição do aparecimento de tumores mamários.

Paralelamente deve o Estado facilitar o acesso à esterilização, comparticipando-a e regulando o seu preço junto das clínicas veterinárias.

Será possível a substituição da eutanásia pela esterilização nos animais capturados nos centros de recolha oficiais? Certamente que não. Acrescentava-se um gasto maior que seria o da manutenção destes animais que na sua maior parte não arranjariam dono. No entanto, devem também estes centros de recolha oficiais e respectivas Autarquias modernizar-se e munir-se de meios adequados a poderem proceder à esterilização dos animais adoptados.

Apenas com um esforço global e a abordagem deste tema numa nova perspectiva poderemos mudar a actual passividade a que temos assistido em Portugal perante a falta de controlo populacional de animais.

Fernando Rodrigues

Médico veterinário Municipal de Valongo

Tese de Mestrado , leia aqui"

Fonte: campanhaesterilizacaoanimais | Fevereiro 8, 2010 at 10:49 am | URL: http://wp.me/pH30g-3J


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