quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O fantástico inefável...

"Um filósofo contemporâneo de Lovecraft, o desconcertante Wittgenstein, disse que "o que não pode ser dito, melhor será calá-lo". Esta frase podia ser de certa forma o lema do truque estilístico mais peculiar do próprio Lovecraft. Para este, a fantasia desemboca sempre no inefável; as palavras esgotam-se muito antes de a imaginação pura ter concluído a sua fulgurante viagem. Mais ainda: as palavras são obstáculos, tropeços que dificultam ou estagnam a criação do realmente fantástico [...]" (Fernando Savater, Sobre Viver)"

Fonte: Ugly Kid blog.

sábado, 25 de setembro de 2010

"O Cão - O que vê, cheira e sente."

Para os amantes de cães, recomendo a leitura deste interessante livro, da autoria de Alexandra Horowitz, licenciada em Filosofia e com doutoramento em cognição canina.

"O Cão - O que vê, cheira e sente."

Texto Editora

(...)"Certa manhã, acordei de barriga para baixo, puxei os braços sobre a cabeça, estiquei as pernas até aos dedos dos pés e icei-me apoiando-me nos cotovelos.
Ao meu lado, a Pump despertou e fez exactamente o mesmo que eu: contraiu as patas dianteiras, esticando-as bem à sua frente, depois endireitou as patas traseiras, inclinando-se para a frente e erguendo-se. Agora cumprimentamo-nos todos as manhãs a espreguiçamo-nos ao mesmo tempo. Só uma de nós abana a cauda."(...)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Não há muito mais a dizer...senão a fazer!

"Testemunho de Miguel Veloso após visita ao Canil Municipal da Câmara Municipal de Lisboa - igual a tantos outros!!

por Ajudar Bichos Como Nós"


..."E nós, no Projecto "Ajudar Bichos como Nós", subscrevemos na íntegra, pois já passamos pelo mesmo:"


"Olá. Fui hoje ao Canil/Gatil Municipal do Monsanto procurar, entre os desafortunados, o meu Tweeny, o gato que desapareceu há umas semanas. Não sei o que lhes possa dizer sobre o que vi.. Acho que, em toda a minha vida, nunca vi tanta miséria.Cá fora o barulho já era angustiante e vi-me completamente cercado por dezenas de moscas. Já tinha assistido a 2 situações pouco éticas antes de entrar. Uma delas era um casal que vinha enterrar o seu cão. Pediram-lhe o BI para comprovar que era de Lisboa. O senhor não tinha BI, tinha Cartão do Cidadão (Azar, no Cartão do Cidadão não consta a zona de residência). A senhora que vinha com ele idem. O casal estava a chorar e os senhores a dizer que tinham que apresentar algum documento com morada de Lisboa, "(...)senão têm que pagar". Eu estava ao lado, ouvi e estendi o meu BI. Disse-lhes: "Eu moro em Lisboa". Acabou por ser gratuito. Desculpem-me, mas não é esta M**da de burocracia que quero ouvir depois de um dos meus falecer.Passado um pouco vem um outro senhor com um carrinho de mão cheio de sacos do lixo e aproxima-se do carro. Os sacos do lixo tinham animais mortos dentro. Animais empilhados uns em cima dos outros num carrinho de mão?! O casal a chorar e o senhor leva o carrinho de mão para perto do...lixo.Depois destes filmes, já não estava com muito boa disposição, mas lá fui eu.A acompanhar-me vinha uma pessoa responsável pelo tratamento dos animais, um senhor com mau aspecto, de poucas falas. Pelo caminho, peguei no telemóvel com gravador de vídeo para captar umas imagens daquilo que via para poder partilhar, com o objectivo de os denunciar/expor. O senhor ia à minha frente e indicou-me o caminho. Antes de entrar nos longos corredores, pior que os chamados corredores da morte do 3º mundo passo pela zona dos cães, aproximo-me do vidro que nos separa e uns quantos encolhem-se de medo, outros atiçam-se em minha direcção, sendo estrangulados pelas cordas/correntes fortes. O senhor, impaciente, aguarda-me à entrada do Gatil. Segui-o. Assim que entrei disse-me que tinha que guardar o telemóvel pois não eram permitidas gravações, nem fotografias. Ainda refilei, mas o que presenciei, tirou-me o pensamento das filmagens.Deparei-me com um cheiro nauseabundo, barulho ensurdecedor, os gatos completamente aflitos, envoltos nas próprias fezes, maltratados, cheios de escoriações, mal nutridos, miavam desesperadamente, vi gatos a trepar as grades com a gana de querer sair, vi gatos cheios de medo completamente encolhidos, vi gatos bebés sem mãe, cadavéricos, sujos, doentes. Olhei para cima e as condutas do ar faziam um barulho tremendo, tinham fios pendurados, estava tudo sujo.. Aquilo são condições?! A primeira coisa que reparei foi no barulho e no cheiro, como é óbvio. Vi um cão no gatil e perguntei porque é que o cão estava ali (e ladrava compulsivamente), pois aquilo era o gatil. Ele responde-me que foram os doutores que mandaram.Perguntei ao senhor quanto tempo os animais estavam ali até serem abatidos. O senhor responde-me prontamente 8/15 dias, dependendo dos Doutores..os veterinários. Depois, pergunto-lhe se os gatos eram tratados. Ele, no meio dos murmúrios, diz que depende dos doutores. Perguntei-lhe se os doutores eram os donos do canil/gatil. Ele responde-me que eles é que mandam e que não podia fazer nada.O que são os doutores??? Serão uma espécie de máfia que controlam tudo e todos e que têm os seus capangas para não deixar filmar, fotografar, etc... ?? Será que não há Veterinários competentes ? Será que alguma vez irão para Veterinária quem realmente quer ser Veterinário, ao invés de irem os frustrados que não entraram em Medicina ? Onde está a parte humana dos Veterinários ? E dos outros responsáveis pelo canil/gatil? O objectivo do canil/gatil é eliminação dos cães e gatos da cidade ? Deviam ter vergonha. Eu sou de Lisboa e isto envergonha-me."

Nada que seja novidade, mais um testemunho do que se passa no verdadeiro campo de concentração que é este canil municipal...seria bom, que outras figuras publicas o visitassem e fizessem a denúncia!... Já é hora de alguém ter a coragem de lutar a sério contra este horror!...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

"Deus morreu", Nietzsche

Sempre me fez pensar, ouvir dizer: "sou católico, mas não praticante". Como se pode ser cristão não praticante? Penso tratar-se de uma resolução de contra-senso. Isto porque, se rezamos ou evocamos Deus, se somos baptizados ou se casamos pela igreja...estamos a agir em conformidade com as leis do catolicismo.

Apesar de não marcarmos presença assídua nas capelas, ou a Igreja como instituição (na nossa actualidade) não afirmar grande sentido, a verdade é que se acredita em algo que transcende tudo isso...Essa consistência (não obstante a ideia parecer, por si só, abstrata) que o nosso interior sabe existir, contrariando Nietzsche na sua "tese" sobre Deus...Assim sendo, encontramos na nossa razão a substância que concretiza e materializa o que sabemos ser um espirito absoluto.
Ainda que, por vezes, não compreendamos os seus desígnios e voltemos a questionar o sentido desta temática, a complexidade do universo e onde encaixa a nossa personagem neste enredo a que chamamos vida.

A fé, contudo, recoloca-nos nos trilhos de uma lógica pragmática - a harmonia e o equilibrio de todas as coisas está segura pela mão de um Deus maior... Mas será assim tão simples, tão linear?...

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Agora, como antes...

Foto: (c) Paulo C.


O Mundo em S.O.S.!

Onde tudo pode acontecer, já nada é salvaguardado. Parece-me tudo tão frágil, pouco do que parece é... Os líderes políticos (governantes) atropelam-se em favores e "arranjinhos" de interesses, ficando a verdade das coisas escondida por trás das palavras construídas pelo artificio dos entendidos. A corrupção ataca por todas as frentes, tornando-se um monstro de tentáculos longos e escorregadios, que escapam por entre os dedos daqueles que dizem basta, - queremos a justiça que a democracia proclama!

Países soberanos são ocupados em função das teorias vazias do ocidente, quando se sabe que o cinismo e a hipocrisia, são vocábulos de ordem na boca dos homens que falam em nome dos inocentes... O medo é cada vez mais uma condição ditada pelo terrorismo, que se faz sustentar por causas que o indivíduo ganha e aliberdade perde.

A pobreza e a desigualdade entre os povos impõe-se, na terra daqueles que fecham os olhos e seguem caminho, sem repararem nos rostos, cuja angústia está traçada, como se do destino se tratasse. Curioso... é o facto da vida humana adquirir um valor tão diferente, quando falamos do continente africano ou asiático. Parece que essa não é uma vida tão válida. O tempo passsa e nada muda!...

..."How long must we sing this song?"...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Animais com testes restringidos na Europa

"Primatas só podem ser usados em casos excepcionais, se estiverem em causa doenças como a sida e malária

Os primos directos do Homem vão ser excluídos de ensaios laboratoriais na UE. Só em pesquisas sobre doenças muito ameaçadoras para a espécie humana será admitido o recurso a gorilas, chimpanzés, bonobos ou orangotangos. A directiva vale a partir de 2013.

Depois de um moroso processo, foi aprovada pelo Parlamento Europeu a Directiva que enquadra o uso de animais vertebrados em experiências científicas.

O documento estabelece normas rígidas relativas ao bem-estar dos animais (desde o tamanho das jaulas ou gaiolas ao acesso à água), bem como linhas de procedimento ético com o propósito de evitar sofrimento aos animais. Os Estados têm agora de se preparar para o cumprimento da Directiva a partir de Janeiro de 2013.

Ao longo do processo e elaboração legislativa, a Comissão Europeia desencadeou iniciativas e apoiou projectos para a introdução de métodos alternativos ao uso de animais em laboratório. Esse é um desígnio que continua a ser desenvolvido pelo Centro Europeu de Validação de Métodos Alternativos. ?Substituir, reduzir e refinar os testes em animais? são os lemas dessa tarefa.
Os animais usados nos ensaios foram-no sobretudo para a investigação de produtos ou dispositivos destinados à saúde humana (57,5%) e animal. Eles são cobaias em estudos sobre vírus, imunologia, genética, tratamentos oncológicos e outros da área farmacêutica.

Uma parte menos significativa destina-se a avaliar se produtos ou substâncias para uso humano ou de alimentação animal são tóxicos. Produtos químicos industriais e pesticidas são também assim testados.

A nova Directiva restringe a utilização dos grandes símios (como os chimpanzés, bonobos, gorilas e orangotangos) a situações em que a sobrevivência destas espécies esteja em causa ou na eventualidade de um surto de doença debilitante ou que ponha em causa a vida de seres humanos.

Esta excepção é justificada pelo facto de “a Comissão Europeia não vislumbrar a dispensa de primatas não-humanos num futuro previsível.” Ou seja, a proibição vai admitir excepções (autorizadas), na medida em que decorrem “programas vitais de investigação em doenças infecciosas como a sida, malária e hepatite."

Fonte: Jornal de Notícias

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Íntimo pessoal

"Cada um tem o destino universal de fazer consigo mesmo o modelo de mais uma estátua humana. E esta fabrica-se apenas com íntimo pessoal.
O nosso íntimo pessoal é inatingível por outrem. É este o fundamento de toda a humanidade, de toda a Arte e de toda a Religião. O nosso íntimo pessoal é de ordem humana, estética e sagrada. Serve apenas o próprio. É o seu único caminho. O melhor que se pode fazer em favor de qualquer é ajudá-lo a entregar-se a si mesmo. Com o seu íntimo pessoal cada um poderá estar em toda a parte, sejam quais forem as condições sociais, as mais favoráveis e as mais adversas. Sem ele, nem para fazer número se aproveita ninguém."


(José de Almada Negreiros, Nome de Guerra)"

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

"Menos agricultura pode significar mais incêndios e pior alimentação"

"Portugal perdeu, entre 1968 e 2007, um milhão e meio de hectares de superfície arável. A situação está a preocupar ambientalistas e especialistas, que receiam o aumento dos fogos e a perda de biodiversidade no País.

Lembro-me que há uns anos se ia até ao monte para limpar as matas. As pessoas cultivavam e estavam mais atentas aos campos. Protegendo os seus terrenos, as pessoas eram uma espécie de vigilantes da natureza." Muitos portugueses conseguem rever-se nas palavras de Susana Fonseca, presidente da Quercus, sobre o abandono dos campos agrícolas por todo o País. A perda de superfície agrícola em Portugal - um milhão e meio de hectares, de 1968 a 2007 - potenciou vários problemas: a dificuldade em detectar incêndios, a diminuição da produção de produtos nacionais e biológicos, a erosão dos solos e a diminuição de biodiversidade.

"Todos estes problemas são próprios de países de alta densidade populacional em que a acção humana deixa cada vez menos espaço ao ambiente". Carola Meierrose nasceu na Alemanha, mas já há 32 anos que lecciona na Universidade de Évora. A bióloga dedicou-se a estudar a relação entre a agricultura e a promoção da biodiversidade e começa por ditar o principal problema da perda de superfície agrícola: "a verdadeira importância da terra arável está na produção de alimentos saudáveis".

A especialista acredita que a agricultura biológica aumenta a biodiversidade, e Susana Fonseca é da mesma opinião.
"Industrializou-se a agricultura e isso veio prejudicar o ambiente, com os adubos e pesticidas lançados ao chão", lamenta a ambientalista, que acha que se deve voltar ao antigamente: "É difícil passar esta mensagem em tempo de crise, mas as pessoas têm de se mentalizar que a agricultura actual é demasiado barata. E os produtos usados vão prejudicar solos, água, provocar doenças... é um ciclo", diz.

Outro dos maiores impactos da perda de solos agrícolas é o aumento dos incêndios. A opinião de ambas as especialistas pode ser simplificada em "menos agricultura, menos vigilância, menos limpeza, mais probabilidades de fogo".

"A relação entre a perda de superfície agrícola e o aumento dos incêndios é directa. As pessoas antigamente estavam no campo e cuidavam e vigiavam a floresta", diz Susana Fonseca. A ambientalista lembra que o êxodo para as cidades e a emigração deixaram ao abandono muitos campos próximos de florestas. Perderam-se muitos pares de olhos para vigiar a zona, braços para limpar as matas, cujo mato era usado como alimento para animais ou adubo para os campos. Isto sem esquecer que o mato deixado nos terrenos abandonados é altamente inflamável.

A limpeza não é apenas importante para o controlo dos incêndios. A biodiversidade de determinada região também tem muito a ganhar com o cultivo dos campos.

Exemplo disso são as espécies de aves que se alimentam no chão, das sementes agrícolas. Anos de agricultura levaram várias espécies a adaptar--se à actividade. Sem limpeza, as plantas crescem livremente e impedem as aves de se alimentarem e se manterem nos mesmos locais.

"As zonas de terreno agrícola são abrigo para espécies raras, como as abetardas da zona de Castro Verde, que não existiriam em Portugal se não fosse pelas grandes extensões de cereais cultivados", explica Carola Meierrose.

Uma ameaça que é preciso combater a todo o custo. A bióloga explica porquê: "Já só temos 24% de Terra emersa para agricultura e pastoreio, e agora querem arrasar as zonas de vegetação existente no mundo". O que ainda trava a destruição das áreas aráveis, defende a alemã, "é a falta de meios para o fazer"."


Fonte: DN Ciência

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Republicar....

Mares de Portugal I


Anos 80, uma mão cheia de ilusões...


Entrar na adolescência nos anos 80 teve o seu quê de ambiguidade. Por um lado, a vida despreocupada de quem tem como missiva do dia o brincar na rua, por outro, o medo que acalentava, porque alguém na altura me falou na bomba atómica e sua ameaça (sustento da guerra fria). Sonhava com isso e achava que o amanhã não iria chegar. Enfim, lá ultrapassei esse tormento, talvez devido ao despertar de interesse pela música, pelos livros e com isso ocupava o espirito...

Sem saudosismo lamecha, recordo a escola, os amigos de então, tardes passadas a pensar no nada, as primeiras saídas nocturnas aos 16 anos de idade (recorrendo, para o efeito, a subterfúgios e mentiras) com horário de regresso marcado sem flexibilidade, os colegas que fumavam os primeiros cigarros, bebiam as primeiras cervejas e assistiam aos primeiros concertos, para mim tudo era uma miragem...

A segurança pairava num marcado ambiente urbano, as "playstation" eram ainda o projecto de alguém, os computadores algo aliciante, os DVD's uma ideia, tinha a liberdade e o prazer de desfrutar dos espaços abertos, de rebolar na terra, de subir às árvores, de pisar a erva e mergulhar nos rios (ainda) limpos. A casa não era o destino eleito para o após aulas, nem os meus pais corriam atrás de mim, como se de uma jóia de vidro se tratasse e que estivesse na iminência de partir ou desaparecer...
Vivi na inocência de quem dá pequenos passos e vai tropeçando na escalada do percurso do nosso crescimento. Gostei da rebeldia que marcou um período de audácia.

Olhando à rectaguarda, penso que deveria ter aproveitado mais, sugar o tutano à vida. Naquela época, achei que teria tempo para o fazer. Mas sabem, só se sente o nirvana às coisas nos momentos exactos, e só ali faz todo o sentido. Depois disso, não é perfeito, o encanto desvanece e a ilusão cai no vazio.

Republicações...


Foto: (c) Miguel Afonso

E se?

Já todos pensamos um dia e se?

E se tivessemos nascido em outra cidade, um diferente país... e se os nossos pais não fossem estes... e se o(a) companheiro(a)fosse outro(a)... e se o "curso" que tiramos não fosse este, e se os amigos fossem outros...E se tivessemos lido outros livros, escutado outras músicas, visto outros filmes... E se tivéssemos mergulhado noutros mares, cheirado outras flores, pisado outras folhas... e se gostássemos de outras cores, de outros poetas e se o caminho da viagem não fosse este, e se outro fosse o comboio... E se o sentir a chuva não fosse imprescindível e a sensação da brisa tão agradável, e se o sol não fosse a luz que brilha mais alto e os sonhos a maior ilusão... Seria a nossa vida igual, o que a condiciona?

As nossas escolhas, o acaso ou o destino... E se...?!


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

"Japão: petição com 1,7 milhões de assinaturas pede fim da caça aos golfinhos"

"A caça aos golfinhos no Japão está a gerar um movimento de protesto, sustentado por uma petição com 1,7 milhões de assinaturas, de pessoas de 150 países. Hoje, uma manifestação às portas da embaixada dos Estados Unidos em Tóquio pediu a intervenção de Barack Obama.

Richard O’Barry - personagem principal do filme “The Cove – A Baía da Vergonha”, que no início do ano ganhou o Óscar para melhor documentário e denuncia a caça aos golfinhos que é praticada em Taiji – entregou a petição aos responsáveis da embaixada.

Ontem, a pesca aos golfinhos foi retomada naquela vila japonesa. Todos os anos, os pescadores de Taiji capturam cerca de dois mil golfinhos. Uns são vendidos a parques de atracções turísticas com espectáculos com animais marinhos e outros são mortos para serem consumidos.

“Estamos aqui para pedir ao Presidente Obama para agir e pedir ao Governo japonês para parar este massacre anual, brutal e anacrónico de golfinhos”, disse O’Barry, antigo treinador de mamíferos marinhos para a famosa série “Flipper”.

O activista - que está no Japão com ambientalistas americanos, canadianos e australianos – explicou que renunciou visitar Taiji depois de ter recebido ameaças de grupos nacionalistas nipónicos. “A polícia preveniu-me que se fosse iria haver violência”, salientou.

Em Março, o Óscar para “The Cove” provocou a ira da população de Taiji que criticou de “hipocrisia” os ocidentais, que se emocionam com os golfinhos mas depois massacram vacas e porcos nos matadouros.

Numerosos habitantes da vila criticam ainda o realizador do filme, Louie Psihoyos, por ter ignorado a tradição cultural da caça aos cetáceos praticada na região desde o século XVII."

Fonte: Jornal Público

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Dúvidas...

"Não há nada mais sedutor para o homem do que a liberdade da sua consciência, mas também não há nada mais torturante. [...] Existem três forças, as únicas forças na Terra capazes de conquistar e cativar para sempre as consciências destes rebeldes fracos, para felicidade deles. Estas forças são: o milagre, o mistério e a autoridade. Rejeitaste o primeiro, o segundo e a terceira [...] E poderias realmente supor, por um instante que fosse, que as pessoas também teriam forças para resistir a semelhante tentação? Terá a natureza humana sido assim criada, será ela capaz de rejeitar o milagre e, nos momentos terríveis da vida, nos mais terríveis momentos, nas questões da alma essenciais e torturantes, será a natureza humana capaz de seguir apenas a livre escolha do coração?"

(Fiódor Dostoiévski)