sexta-feira, 15 de setembro de 2006

"Queremos um Portugal sem as sangrentas touradas que nos envergonham perante o Mundo."

"Os Portugueses não podem continuar a ser envergonhados por uma minoria de sádicos que gozam na bancada a ver a tortura e o sangue de animais, sem escapatória, bois e cavalos (a estes até são cortadas as cordas vocais para não relincharem quando à força de esporas são obrigados a enfrentar o boi).

Os Portugueses não podem continuar a admitir que, neste terceiro milénio, em pleno século XXI, permaneçam espectáculos sangrentos, como os das arenas romanas da decadência do Império de Roma.

Os Portugueses, e em especial os Lisboetas, não podem consentir no retrocesso da sua capital, que durante os últimos anos foi uma cidade sem touradas, agora por causa dum grupo de marialvas decadentes e aberrantes, contratando torturadores profissionais, voltem a ser ofendidos na sua dignidade de pessoas civilizadas.

Os Portugueses na sua esmagadora maioria já expressaram em sondagens oficiais o seu repúdio pelas bárbaras e sangrentas touradas:74% e 89% de Portugueses e Portuguesas votaram NÃO respectivamente às touradas e aos “toiros-de-morte”. Só visto, num verdadeiro Estado de Direito democrático seria suficiente para acabar definitivamente com tal espectáculo de tortura sangrenta, que jamais poderá ser considerada Arte e Cultura, bastando para tanto haver capacidade política.

As touradas desde há séculos que são condenadas pelas altas figuras da História, a começar pelo Papa Pio V, que em 1566 excomungou todos os que praticassem ou assistissem a touradas-excomunhão que ainda hoje é válida, por que sendo os actos dos Papas inspirados por Deus, são os mesmos irrevogáveis. Também João Paulo II pontificou sobre a protecção dos animais por parte de todos os Cristãos.

Até Ernest Hemingway, prémio Nobel da Literatura, antigo aficionado, acabou por condenar as touradas declarando: “Nas touradas, logo à partida, tudo está preparado para massacrar o animal”.

Nada, nem a invocada tradição, pode justificar um monstruoso espectáculo de tortura sangrenta de animais e de grande potencial estropiamento e morte de seres humanos. É que as verdadeiras tradições são as que elevam e enobrecem as pessoas e não aquilo que as avilta e degrada.

Queremos um Portugal sem as sangrentas touradas que nos envergonham perante o Mundo."

Orlando Soares (Escritor e sócio-fundador da Liga Portuguesa dos Direitos do Animal)

1 comentário:

blue kite disse...

totalmente de acordo. A morte de um animal como espectáculo nunca terá para mim justificação.