quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Bastonária da Ordem dos Veterinários discorda de utilização de animais como cobaias para ensino

"A bastonária da Ordem dos Médicos Veterinários discorda "de todo" da utilização de animais vivos como cobaias nas instituições de ensino superior e anunciou a criação de uma comissão que vai averiguar o que se passa a nível nacional.


Actualmente, a origem dos animais usados pelas instituições de medicina veterinária é decidida pelos conselhos científicos dessas mesmas instituições, explicou ao PÚBLICO Laurentina Pedroso, bastonária da Ordem dos Médicos Veterinários.

Ainda que saliente que não pode avaliar a veracidade das notícias, Laurentina Pedroso admite que, "enquanto Ordem, não concordamos de todo com procedimentos" como aqueles noticiados. "Tudo deve ser feito com grande rigor e com respeito pelo animal".

Além disso, não existe regulamentação específica para a utilização destes animais no ensino. "O que existe é a consciência de cada um", constatou a responsável, para quem seria "fundamental" a matéria estar legislada.

Para mudar a situação, a Ordem "pretende criar uma comissão de trabalho para avaliar o que se está a passar em todas as instituições de ensino no país, questionando as universidade sobre que tipo de animais usam, e propôr procedimentos de base para todas elas", anunciou a responsável, que também é directora da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Lusófona.

De acordo com a sua experiência enquanto directora da faculdade, Laurentina Pedroso garante que os alunos utilizam modelos de animais, cadáveres e animais vivos "só quando o procedimento (como anestesias, cirurgias e exames) possa ser um bem para o próprio animal". Nestes casos, os animais, normalmente vindos de associações, são devolvidos depois das intervenções. "Os animais nas instituições de ensino devem ser usados com o maior respeito", disse.

Quando questionada se a qualidade do ensino sai prejudicada, a responsável diz que "os alunos até aprendem melhor a dar uma injecção num modelo do que num ser vivo porque não têm a preocupação de estar a causar dor"."

Fonte: Jornal "Público"

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