quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Uma pequena conversa sobre a felicidade...

(...)

- "Hoje, para mim, a felicidade não é mais do que um conceito, uma palavra, que se usa para definir um estado abstrato e utópico de ilimitado bem-estar, tendencialmente fantasiado como perpétuo depois de conquistado... Um estado imaginário que advém de um desejo, também sem limites, de concretizar o irreal no plano do real. Um desejo fundado no mais ancestral de nós mesmos, e eternamente frustrado: é como estar constantemente à espera de recuperar o paraíso há muito perdido; é como querer, por exemplo, regressar ao calor e à segurança do colo materno, aos braços de uma mãe contentora, a esse lugar em que um dia talvez tenhamos existido, e que em nós se marcou... Como escreveu Pear S. Buck, o problema, para mim, é passar-se ao lado das pequenas alegrias da vida enquanto se espera por essa "grande felicidade" que poderá não vir nunca. E depois apercebo-me, de quando em vez, que vou visitando esse lugar, em breves momentos em que, sem saber, em mim conjugo real e fantasia..."

- Nem mais, a felicidade é mesmo isso, um conceito abstracto...uma ânsia, nada mais...são momentos, momentos intensos de uma vivência, por norma simples, feita de coisas simples, no entanto, esperamos algo de inteiro, de global, a utopia, essa será sempre isso, a utopia. Normalmente passamos ao lado, desses pedaços de vida...por vezes, por receio de alguma coisa, ou falta de coragem, de iniciativa e capacidade de arriscar...esperamos pelo amanhã, na esperança de que amanhã sejamos felizes...

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