terça-feira, 2 de novembro de 2010

Fragilidades...

Foto: (c) Paulo Gomes

Ao longo do tempo, sempre existiu algo que me perseguiu e inquietou o espírito, essa coisa a que se chama perder a lucidez, o equilíbrio mental... enfim, a loucura.
Sempre achei que se fosse médica, seria psiquiatra porque nada me atrai mais que a mente humana... Mas isso, de perder a consciência de quem sou...ideia aterradora...a loucura, será o viver num mundo só nosso, o que não significa necessariamente ser algo de mau... pois nesse mundo alternativo, tudo terá um qualquer sentido, se é que isso importa. Mas o não saber que eu sou eu...não reconhecer em mim os que quero, as coisas que me fazem feliz, os cheiros de que gosto, as músicas, as cores, os animais, as flores, os locais, as minhas referências, as memórias... não me entender comigo mesma, estranhar-me... isso sim, assusta-me. Contudo, a insanidade parece-me um recurso natural da nossa mente, um refúgio, um casulo, um qualquer local dentro do nosso cérebro onde a alma se esconde quando já não aguenta a pressão de um qualquer conflito, de uma qualquer fragilidade...ou a dor da realidade se torna em algo insuportável, talvez ela procure aí um analgésico, uma fuga ao tormento...e cria, dessa forma, a sua própria tábua de salvação...


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