quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O mundo mudou e eu não sinto o mesmo...



O
mundo inteiro muda e eu... eu,não sinto o mesmo...olho à minha volta e vejo a mudança nas coisas: os cabelos brancos do meu pai, as rugas da minha mãe, os filhos dos amigos, os bisnetos dos meus avós, os meus cães a entrar na idade sénior, já não reconheço antigas ruas, os lugares de outro tempo desvaneceram-se. As palavras que ouço por aí soam-me de forma estranha, também elas sofreram uma qualquer mutação, os jornais trazem um português bizarro, o alento de sonhar ideais perde-se nas vontades, as cartas de amor não se escrevem em folhas de papel, o romance não tem mais o sabor a filme clássico, falo com estranhos que não me entendem, olham-me como se falasse outro idioma, até as árvores parecem florescer mais cedo, as aves traçam os céus perdidas, o mundo parece-me um local estranho, vejo a minha cidade que padece de um cinza mais carregado. As fotografias já não se representam em negativos, são agora de um digital falseado...
As crianças vejo-as crescer tão depressa, que me faz pensar que a vida é curta demais e que o envelhecer surge demasiado cedo...

Embora digam que mudei, não sinto em mim essa mudança, cresci, aprendi, continuo a aprender. Sem grandes certezas de nada, vou tentando exorcizar antigos demónios, vou conseguindo, outros vão surgindo e vou tentando lidar com eles, mas penso que a isso se chama ganhar maturidade...


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