segunda-feira, 19 de maio de 2008

"VERGONHA NA MAIA: Não deixem de protestar e ajudar"

"Este país é mesmo uma anedota! Uma Câmara que ainda há pouco terminou com o extermínio de animais por electrocussão alega acusações, contrariadas por alguns vizinhos do local (ainda por cima), para encerrar um canil onde os animais são tratados com dignidade e onde não lhes falta nada. Em vez de se promover o esforço individual e ajudar pessoas com mérito, deita-se o trabalho de tantos anos por terra.
E as condições dos canis municipais? Já alguém se lembrou disso? A maior parte dos canis municipais do nosso país, alguns deles de cidades representativas e "desenvolvidas", são péssimos, vergonhosos e não estão dentro das regras impostas por lei pela comunidade europeia, nem respeitam a Declaração Universal do Direitos do Animal, tanto ao nível do seu funcionamento, como de estrutura- funcionam, sim, como autênticos matadouros onde funcionários e veterinários actuam e compactuam fora de qualquer limite legal ou ético. E a estes? Quem os fiscaliza?
Espero que as pessoas de valor e informadas deste país se envolvam nesta situação ajudando no que puderem - com donativos, adopções, protestos, etc.
Apelo aos empresários do nosso país para que comecem a voltar os seus olhos para causas sociais relacionadas com animais. Os seus patrocínios são essenciais e bem vindos, podem salvar muitas vidas nas associações e particulares que se dedicam a esta causa e tornar o nosso país num exemplo de consciência cívica e desenvolvimento cultural e mental ao nível dos países desenvolvidos da Comunidade Europeia.
Muita da colaboração pode também passar pelas autarquias. Associações situadas por todo o país podiam e deveriam ser apoiadas pelas autarquias locais. É uma questão de inteligência e economia. As autarquias poderiam continuar a pagar aos seus funcionários para tratarem do canil e as associações tratariam das esterilizações e campanhas de adopção, bem como da angariação de fundos. Em vez de se gastar dinheiro em injecções letais e afins, poderia ser aplicado em certo número de esterilizações mensais de animais de rua. Um Bom Exemplo no nosso país? A Câmara Municipal de Castelo Branco que trabalha em parceria com a Associação local e outras câmaras que já aboliram o abate- muito, muito poucas.
E que tal também pensar nisto?

Obrigada"
Carla

..."Vamos protestar contra esta atitude da Câmara! Vamos fazer ver aos Sr.s do "fato e gravata" que os animais têm direito a ser felizes!
Dep. do ambiente e planeamento do território - daqv@cm-maia.pt
Geral - geral@cm-maia.pt"



Noticia do JN em 10/05/2008

"Rosalina Santos não esconde o desgosto os cães de que trata há anos,resgatados ao abandono das ruas, podem ter os dias contados. O canil improvisado há cerca de dois anos, num terreno do Monte Penedo, em Milheirós, abrigo de 20 animais, tem ordem de encerramento, até ao final do mês.

"É um pseudocanil ilegal, sem quaisquer condições. Não tem água nem esgotos. Os animais não podem estar naquelas condições", sustentou Bragança Fernandes, presidente da Câmara da Maia, contactado pelo JN. O autarca sublinhou, ainda, que os moradores do bairro situado perto do canil se queixam do barulho causado pelos animais.

"Incomodam mais os que andam na rua, ao abandono", contrapõe David Ribeiro, também morador nas imediações do Monte Penedo. "Não estão a incomodar ninguém", concordou Emília Gonçalves. Triste com a decisão da Câmara, já decidiu que vai levar para casa um dos cães.

"Mais uma vida que se salva", desabafa Rosalina Santos. É ela e a filha quem trata de 20 cães há mais de dois anos. Instalaram o canil improvisado num terreno privado, com autorização do proprietário. Carla, a filha, teve de arranjar um segundo emprego para ajudar nas despesas que os cães acarretam. "Trabalho 15 horas por dia", contabiliza. Mais contas só em alimentação, mãe e filha gastam mensalmente cerca de 200 euros. "São 140 quilos de ração por mês", diz Rosalina Santos. "Não temos férias e,no Verão, se vejo um incêndio para estes lados, venho logo a correr", acrescenta, assegurando que a actual situação lhe tem afectado a saúde. "Se me tiram os meus cães...", desabafa. "Até chegam ao ponto de dizer que temos lucro com isto", acrescenta, indignada.

Carla Santos recorda a decisão da Câmara se até ao dia 31 deste mês, o canil não sair dali, no primeiro dia de Junho a Autarquia procederá à demolição da estrutura. O destino dos cães será o canil municipal. E, provavelmente, a morte, temem Rosalina Santos, Carla e algumas pessoas que ainda vão tentando ajudar.

Jorge Sousa, namorado de Carla, auxilia nas limpezas do canil e, sempre que pode, com algumas sacas de ração. Emília Gonçalves também procura contribuir com qualquer coisa para a alimentação dos animais.

Carla Santos insiste os cães que estão no canil não incomodam. Estão dentro das jaulas e mesmo quando são soltos para "passear" um bocado, ficam restringidos a um corredor dentro da estrutura improvisada. Além disso, são acompanhados por uma veterinária. Carla admite que os cães foram colocados no canil improvisado sem ter sido pedida licença camarária. Mais tarde, quando procuraram licenciar, os custos inviabilizaram as intenções: "de cinco a seis mil contos".

"Têm de pedir o licenciamento próprio. Os animais não podem estar sem condições", insistiu Bragança Fernandes, lembrando que os canis devem ser "devidamente localizados e legalizados"."

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